A receita obtida com as exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul de janeiro a março de 2019 apresenta alta de 9% em relação ao mesmo período de 2018 e a receita já soma US$ 923 milhões contra US$ 844,5 milhões dos três primeiros meses do ano passado, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems.
Segundo o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, em março, a receita com a exportação de produtos industriais alcançou US$ 331,1 milhões, aumento de 20% em relação ao mesmo mês de 2018, quando o valor ficou em US$ 276,3 milhões. “Esse foi o melhor resultado para o mês de março da série histórica das exportações de produtos industriais de Mato Grosso do Sul”, ressaltou.
Quanto à participação relativa, no mês, a indústria respondeu por 67% de toda a receita de exportação de Mato Grosso do Sul, enquanto no acumulado do ano a participação está em 78%. Os principais destaques ficaram por conta dos grupos “Celulose e Papel”, “Complexo Frigorífico”, “Óleos Vegetais”, “Extrativo Mineral”, “Couros e Peles” e “Siderurgia e Metalurgia”, que, somados, representaram 98% da receita total das vendas sul-mato-grossenses de produtos industriais ao exterior.
Detalhamento por grupos
O grupo “Celulose e Papel” registrou nos primeiros três meses deste ano receita de US$ 561,4 milhões, um aumento de 37%, que foram obtidos quase que na totalidade com a venda da celulose (US$ 553,3 milhões), tendo como principais compradores China, com US$ 298,7 milhões, Estados Unidos, com US$ 83,6 milhões, Itália, com US$ 52,4 milhões, Holanda, com US$ 49,4 milhões, e Espanha, com US$ 13 milhões.
“Mato Grosso do Sul fechou o primeiro trimestre de 2019 como o maior exportador brasileiro em volume de celulose de fibra curta. Dados do Ministério da Economia apontam que, nesses três meses, o Estado vendeu para o mercado internacional 1,202 milhão de toneladas do material, obtendo uma receita de US$ 553,336 milhões”, analisou Ezequiel Resende.
Já no grupo “Complexo Frigorífico” a receita conseguida de janeiro a março foi de US$ 230,2 milhões, uma redução de 8% em relação ao mesmo período do ano passado, sendo que 41,6% do total alcançado é oriundo das carnes desossadas de bovinos congeladas, que totalizaram US$ 95,8 milhões, tendo como principais compradores Hong Kong, com US$ 40,3 milhões, Chile, com US$ 30,4 milhões, Emirados Árabes Unidos, com US$ 25,9 milhões, China, com US$ 15,3 milhões, e Arábia Saudita, com US$ 14,1 milhões.
“A abertura de mercado dos EUA terá pouco impacto nas exportações de carne brasileiras. Analistas estimam reabertura do mercado norte-americano a partir de agosto, sendo que a missão desembarca no Brasil em junho para auditar o sistema de inspeção de estabelecimentos de carnes bovinas e suínas. No entanto, pelo menos neste ano, o Brasil terá poucas chances de tirar proveito de uma eventual reabertura do mercado norte-americano a partir do segundo semestre do ano”, ressaltou o economista.
Outros grupos
Para o grupo “Óleos Vegetais”, a receita alcançou US$ 46,3 milhões no trimestre, um crescimento de 2% na comparação com o mesmo período de 2018, com destaque para farinhas e pellets da extração de óleo de soja, que somaram US$ 43,9 milhões, tendo como principais compradores a Indonésia, com US$ 13,4 milhões, o Reino Unido, com US$ 10,5 milhões, a Polônia, com US$ 8,26 milhões, e Dinamarca, com US$ 1,7 milhão
“Neste ano, as exportações brasileiras de derivados de soja devem ter maior concorrência com a Argentina. Nesta safra 2018/19, o país vizinho deve colher 55,5 milhões de toneladas de soja, 46,8% a mais que na temporada passada. Além disso, os Estados Unidos colheram, em 2018, 125,17 milhões de toneladas, volume recorde. O consumo interno deve ser favorecido pela maior demanda para produção de biodiesel”, pontuou Ezequiel Resende.
No grupo “Siderurgia e Metalurgia Básica”, as exportações de janeiro a março deste ano somaram US$ 11,5 milhões, uma elevação de 239% na comparação com o mesmo período de 2018, com destaque para ferro fundido bruto não ligado, que somou US$ 10,3 milhões, tendo como principais compradores o México, com US$ 9,5 milhões, Paraguai, com US$ 807,7 mil, Argentina, com US$ 783,9 mil, e Bolívia, com US$ 372,2 mil.
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