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Família leva cachorro para casa e animal ataca criança de 6 anos

Criança indígena com rosto coberto de sangue após ser atacada por cachorro (Foto: Reprodução) Criança indígena com rosto coberto de sangue após ser atacada por cachorro (Foto: Reprodução)

Interior

Boatos que circulam em redes sociais ligaram caso ao confronto entre índios e fazendeiros em Dourados

Uma menina de etnia indígena, de 6 anos de idade, teve parte do rosto desfigurado ao ser atacada por um cachorro, na Aldeia Panambizinho, município de Dourados. Ela teve de passar por cirurgia para reconstrução do maxilar e está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital da Vida.

Nesta segunda-feira (8), o caso viralizou em redes sociais. Grupos defensores da causa indígena postaram a foto da menina com o rosto ensanguentado, no colo da mãe, informando que a criança teria sido atacada pelo Pitbull de um fazendeiro.

Segundo o boato, seria mais um capítulo do confronto por terra travado por índios e produtores rurais no município de Dourados. Entretanto, a versão não é verdadeira.

Algumas ONGs removeram a publicação nas primeiras horas da manhã de hoje, mas outras pessoas ainda mantinham a publicação, como é o caso de Ubiranan Pataxo, que divulgou o boato em sua conta no Instagram.

Entretanto, o caso não tem nada a ver com o confronto por terra. O Campo Grande News conversou com moradores das aldeias de Dourados e todos foram unânimes em afirmar que a menina foi atacada por um cachorro levado para a aldeia pela própria família.

“É tradição dos índios encontrar cachorros na rua ou ganhar dos moradores da cidade e levar para as aldeias. Não estou defendendo fazendeiro, mas neste caso não teve nada disso. Quando chegaram na aldeia, o cachorro, que ninguém sabe a raça, atacou a criança”, afirmou uma moradora, que pediu para não ter o nome divulgado. O caso teria ocorrido sábado (6).

Outro fato histórico que ajuda a desmentir o boato é que na Aldeia Panambizinho, localizada no distrito de Panambi, não existe mais conflito por terra.

Os 1.180 hectares demarcados em 1995 pelo então ministro da Justiça Nelson Jobim foram oficialmente entregues aos Kaiowás em 2004, pelo então ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos (morto em 20 de novembro de 2014).

Os colonos, que receberam as terras durante a reforma agrária feita no governo Getúlio Vargas, foram indenizados pelas benfeitorias e levados para terras compradas pela União no município de Juti.

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