CRIME

Fenaj cobra autoridades brasileiras contra impunidade em assassinato de jornalista na fronteira

Jornalista Léo Veras foi morto a tiros na própria casa na fronteira entre Paraguai e Brasil - Crédito: Reprodução/TV Record Jornalista Léo Veras foi morto a tiros na própria casa na fronteira entre Paraguai e Brasil - Crédito: Reprodução/TV Record

Em nota oficial divulgada na quinta-feira (13), a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) manifestou pesar pela morte do jornalista brasileiro Léo Veras, assassinado a tiros na fronteira entre Paraguai e Brasil, e cobrou autoridades brasileiras ação contra impunidade que ameaça a liberdade de imprensa.

Proprietária do site Porã News, a vítima tinha 52 anos e foi morta na noite de quarta-feira (12) com 12 tiros de pistola calibre 9 milímetros enquanto jantava em sua casa, localizada em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia separada por uma rua da sul-mato-grossense Ponta Porã.

Para a Fenaj, “a violência contra jornalistas atinge a categoria e toda a sociedade”. “Os profissionais são diretamente atingidos, mas a liberdade de imprensa, garantidora do direito à informação, fica ameaçada. Sem Jornalismo não há democracia”, pontua.

Em apoio às notas já emitidas por sindicatos de jornalistas de Mato Grosso do Sul, da Grande Dourados e do Paraguai, a Federação Nacional dos Jornalistas exigiu “das autoridades brasileiras que colaborem com as investigações para que o crime não aumente as estatísticas de impunidade”.

Confira a nota na íntegra:

FENAJ lamenta assassinato de jornalista brasileiro em cidade na fronteira Brasil/Paraguai

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) soma-se aos sindicatos dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul, da Grande Dourados e do Paraguai para manifestar profundo pesar pelo assassinato do jornalista brasileiro Léo Veras, ocorrido no quintal de sua própria moradia, na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, localizada na fronteira com o Brasil.  Na noite desta quarta-feira, 12 de fevereiro, homens encapuzados invadiram o quintal da casa, onde Veras jantava com a família, e o executaram com 12 tiros.

O jornalista residia em Pedro Juan Caballero, mas atuava também na vizinha Ponta Porã, localizada no estado de Mato Grosso do Sul. Ele era responsável pelo site Porã News e tornou-se conhecido por suas reportagens policiais sobre o crime organizado na região. Em mais de uma ocasião, Veras relatou ter recebido ameaças de morte, em razão de seu trabalho jornalístico.  As investigações sobre seu assassinato levam em consideração as ameaças frequentes, que indicam o exercício profissional do Jornalismo como motivação do crime.

O Sindicato dos Jornalistas do Paraguai em nota denunciou que "grupos de criminosos tentam apagar a voz de jornalistas mediante as balas e a violência, com a cumplicidade de um Estado totalmente infiltrado pela máfia e pela narcopolítica". Também exigiu das autoridades celeridade nas investigações para a identificação dos culpados e a garantia de segurança para os jornalistas que atuam na região. A FENAJ, igualmente, exige das autoridades brasileiras que colaborem com as investigações para que o crime não aumente as estatísticas de impunidade.

A violência contra jornalistas atinge a categoria e toda a sociedade. Os profissionais são diretamente atingidos, mas a liberdade de imprensa, garantidora do direito à informação, fica ameaçada. Sem Jornalismo não há democracia.

Brasília, 13 de fevereiro de 2020.

Federação Nacional dos Jornalistas.

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