O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) fez coro ao mantra repetido diariamente pela direção da SES (Secretaria de Estado de Saúde) durante transmissões ao vivo e pediu medidas mais duras para garantia do isolamento social, defendido como melhor “remédio” para frear a contaminação em massa pelo novo coronavírus e evitar colapso de hospitais.
Diferente do que é de costume, Azambuja participou da live desta quinta-feira (25), edição de número 100 durante a emergência em Saúde. O governador foi o último a falar e discursou por 13 minutos.
“O Supremo Tribunal Federal [STF] definiu que municípios e estados podem tomar as medidas. O município tem autonomia nas medidas, podem fechar um pouco mais ou flexibilizar um pouco mais. Mas não devemos nunca, por se tratar de ano eleitoral, politizar essas questões. Nossa obrigatoriedade é salvar vidas, tomar as medidas corretas na hora certa”, disse o tucano.
Segundo a startup InLoco, a taxa de isolamento do Estado foi de 39%, ontem (24). O ideal é o que o nível seja, pelo menos, superior a 60%.
“Temos que criar as condições para evitar o maior número de pessoas circulando. O isolamento ainda é a melhor arma para combater esse vírus, não tem outro, não tem vacina”, continuou.
Até agora, só Guia Lopes da Laguna experimentou regime próximo ao chamado lockdown. O município da região Sudoeste foi o primeiro do Estado a registrar surto de covid-19 e, até hoje, ainda tem a maior taxa de incidência - 2.597,3 casos a cada 100 mil habitantes.
Rio Brilhante, na região da Grande Dourados, decretou fechamento total de estabelecimentos públicos e privados por 14 dias, a partir de amanhã (26). O ato é similar ao imposto em Campo Grande entre o fim de março e início de abril.
Em maio, Guia Lopes determinou que as pessoas poderiam sair de casa até duas vezes na semana e apenas para fins essenciais. Rio Brilhante não impôs limite à livre circulação de pessoas.
Ainda durante a transmissão, Azambuja lembrou que Mato Grosso do Sul ainda é o estado com menor número de casos confirmados (6.523) e mortes (61). Porém, alertou sobre os óbitos de pessoas jovens e sem comorbidades.
“Isso não é uma competição. Você vê pessoas [morrendo] com 32 anos, 27 anos, vê idosos. Esse vírus não escolhe pessoas. Tenho percorrido o Estado e observado rodinha de tereré, pessoas se aglomerando. Cabe a consciência e reflexão de que a gente pode estar levando o vírus, levando pessoas ao óbitos”, falou.
Reinaldo Azambuja também mostrou preocupação com a ocupação de leitos exclusivos aos pacientes de covid-19 que, hoje, está em 18% nos clínicos e 36% entre os de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Conforme a SES, 163 pessoas estão internadas com a doença.
“Daqui uns dias você não tem mais leitos disponíveis. Aí vem o grande problema. Se fizermos nossa parte, podemos evitar essas perdas”, finalizou.
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