O prédio da governadoria de Mato Grosso Sul está lilás em alusão a campanha “Agosto Lilás”. O objetivo é chamar a atenção da sociedade sobre um problema que é realidade em alguns lares brasileiros: a violência doméstica contra as mulheres.
Somente no primeiro semestre deste ano, 27 sul-mato-grossenses foram mortas por seus parceiros ou por ex-companheiros que não aceitaram o fim do relacionamento. Com vieses de crueldade, casos de tortura, cárcere privado e morte são recorrentes foram verdadeiros cenários de terror.
Diferente do que algumas pessoas acreditam, a iluminação da governadoria não se trata apenas de um ornamento decorativo, a ideia das autoridades estaduais é fazer com que as pessoas passem pelo local e consigam enxergar o que muitas vezes está escondido na dinâmica familiar e ajudem potenciais vítimas a procurarem ajuda contra o agressor.
Neste ano, a pauta é os 16 anos da lei, os avanços e desafios na defesa e proteção das mulheres. A violência contra a mulher é considerada não apenas como um problema de ordem privada ou individual, mas como um fenômeno estrutural, de responsabilidade da sociedade como um todo. Afeta mulheres de todas as classes sociais, idades, nível de escolaridade, raça e religiões. É amplamente definida como qualquer ato que possa causar dano físico, sexual, psicológico ou sofrimento extremo a uma mulher.
Diante de tais informações ações de mobilização estão sendo executadas em vários municípios do interior do Estado, por parceiros governamentais e não-governamentais, levando o debate para as escolas, igrejas, empresas entre outros locais, na construção de uma sociedade mais justa e igualitária onde mulheres tenham o direito a viver sem violência.
A subsecretária de políticas públicas para mulheres, Rosana Leal, esclarece que durante todo o mês de agosto são intensificadas as informações sobre os mecanismos legais de proteção à mulher e as formas de denúncia. “Essa campanha é de todos nós, de toda a sociedade e estamos todas muito empenhadas nas atividades programadas, como palestras, panfletagens, rodas de conversa”, afirma.
“Agosto Lilás é importante instrumento para a conscientização e sensibilização da sociedade sobre a necessidade do fim da violência contra mulher, divulgar os serviços especializados de atendimento às vítimas e os mecanismos de denúncia existentes”, disse Fernanda Félix Carvalho Mendes, completou a delegada da Polícia Civil.
Pioneirismo
Com números alarmantes, o Estado de Mato Grosso do Sul vive no contrafluxo, estabelecendo normas para acabar com a violência doméstica. O Estado foi o primeiro a ter a Casa da Mulher Brasileira, inaugurada em 2015, em Campo Grande.
O Estado também é pioneiro na instalação das salas lilás – locais idealizados para oferecer atendimento especializado às mulheres, adolescentes e crianças em situação de violência. Ao todo são 25 salas, distribuídas pelo interior do Estado e na Capital.
Agosto Lilás foi instituído pelo Governo de Mato Grosso do Sul, há seis anos, pela Lei Estadual nº 4.969/2016. O objetivo é divulgar a Lei Maria da Penha, que trata da violência contra a mulher.
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