Hackers brasileiros ameaçam atrapalhar a Copa do Mundo com ações que vão desde tirar sites do ar e invadir páginas, acrescentando ciberataques à lista de problemas de um evento já atingido por protestos, atraso de obras e estouro de custos.
Num país com grande incidência de crimes online, problemas na infraestrutura de telecomunicações e pouca experiência em ciberataques, as autoridades se esforçam para proteger sites do governo e da Fifa.
Revoltados com os cerca de 30 bilhões de reais de recursos públicos gastos nos preparativos da Copa do Mundo, mais de um milhão de brasileiros foram às ruas em junho passado para exigir melhores serviços públicos, maior transparência e combate à corrupção.
Agora, hackers dizem que vão se juntar ao coro.
"Já estamos fazendo planos", disse uma suposta hacker, cujo nome de guerra é Eduarda Dioratto. "Não acho que eles podem fazer muito para nos impedir." A Reuters entrou em contato pela Internet com Dioratto e outros que se dizem membros da rede internacional de hackers conhecida como Anonymous. Apesar de não ter como confirmar as identidades verdadeiras deles, a Reuters conversou com eles para buscar entender as ameaças e o impacto que eles poderiam ter na Copa do Mundo.
Eles disseram que o evento oferece uma audiência global e é um momento oportuno para atacar sites operados pela Fifa, pelo governo, por outros organizadores ou patrocinadores.
"Os ataques vão ser direcionados contra sites oficiais e de empresas que patrocinam a Copa", disse o hacker conhecido por Che Commodore, em conversa pelo Skype.
Enquanto as preocupações no momento se concentram em finalizar os estádios para o início do torneio em 12 de junho, especialistas apontam que pouca atenção está sendo dada à infraestrutura brasileira de telecomunicações.
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