No local que antes existia uma Igreja Católica, na quadra 1306 Sul em Palmas, agora só resta um poste de energia. A área está vazia e os moradores, indignados. É que a capela foi demolida pela Prefeitura de Palmas na última quinta-feira (30). Segundo o município a obra havia sido construída de forma irregular. A primeira missa iria ser celebrada neste último sábado (2).
Segundo os moradores, os fiscais da prefeitura derrubaram toda a estrutura que havia sido construída pelos próprios fiéis. Eles contam que passaram seis meses trabalhando na obra e que a capela foi erguida com dinheiro de doações.
O padre que atende a região, Paulo Cristino Luz, explicou que a igreja recebeu a área do Movimento Nacional de Luta pela Moradia. "O movimento disse que esta área já tinha sido designada desde 2006 para a Igreja Católica, então nós tomamos posse da área, começamos a trabalhar para construir um pequeno galpãozinho, onde nós poderíamos ter um momento de oração e de trabalhos sociais".
O presidente da associação dos moradores Gilvan Teles ficou surpreso pela maneira como foi feita a demolição. "Nós fomos surpreendidos por tamanha brutalidade. Se tivesse chegado para a gente e falado: 'Olha, vocês têm um prazo de cinco ou 10 dias para desocupar, tirar a madeira de vocês, as coisas que vocês já gastaram', a gente iria retirar".
A demolição da Igreja Católica também chamou a atenção dos evangélicos que moram na região. "É um momento de dor? É. Porque nós poderíamos contruir este local para agregar as pessoas, mas vem a destruição e a minha pergunta é: Cadê a notificação?", questionou a dona de casa Maria Soares.
A capela iria ser usada para a celebração das missas e atividades paroquiais. Como a comunidade não tinha um local, um posto da Polícia Comunitária, que não está funcionando, estava sendo usado de forma provisória. Os católicos, agora, vão tentar viabilizar outro espaço.
Em nota, a Prefeitura de Palmas, disse que a obra derrubada é irregular, que estava sendo construída em uma área pública. Esclareceu também que os fiscais da prefeitura foram até o local e fizeram a notificação aos integrantes do Movimento de Luta pela Moradia. Ainda segundo a nota, depois da notificação, foi dado um prazo de cinco dias para a apresentação da documentação legal, mas três semanas depois, o documento não foi entregue ao município.
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