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Inflação de Campo Grande aumentou em outubro e bateu 2 recordes de uma vez

O mês passado teve a inflação mais alta em 13 anos, considerando os resultados de outubro dos anos anteriores em Campo Grande. O dado foi divulgado hoje pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas (NEPES) da Uniderp, responsável pelo cálculo do IPC/CG) (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande ), que alcançou 0,97% eu outubro, bem mais que os 0,57% de setembro. No ano, o custo de vida já aumentou mais de 9,23%. Considerando 12 meses corridos, o indice passa dos 10%, configurando um segundo recorde, pois desde 2002 a inflação não atingida dois dígitos por aqui;

No comparativo com outubro de 2014, o indicador de 2015 ficou 0,45% maior. “Há treze anos não possuíamos um índice tão alto, na análise exclusiva dos meses de outubro. Em 2002 o IPC/CG de outubro foi de 2,24%”, analisa o coordenador do Nepes e pesquisador da Uniderp, Celso Correia de Souza. Neste ano, em 10 meses, foi o quinto maior percentual registrado.

Vilões

Os principais responsáveis pelo aumento foram o grupo de Transportes (0,46%), de Alimentação (0,34%) e deEducação, com (0,12%). Foi registrada deflação em outubro apenas no grupo Vestuário (-0,30%).

Meta ficou para trás

A inflação acumulada nos últimos doze meses, em Campo Grande, é de 10,32%, portanto bem acima do teto da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de 6,5%. As maiores inflações no período, por grupo, foram com: Habitação (13,11%), Transportes (12,51%), Despesas Pessoais (10,36%) e Alimentação (12,31%).

Na análise do pesquisador Celso Correia, a escalada da inflação apenas concretizou o que já estava sinalizado. “A inflação acumulada em 12 meses na cidade de Campo Grande rompeu o patamar dos dois dígitos, o que não acontecia desde o ano de 2003, quando atingiu 11,82%. O fato é negativo para as autoridades governamentais e para o contribuinte que está vendo seu salário reduzir o potencial de compra.

De janeiro a outubro de 2015, a inflação acumulada também ultrapassa bastante o teto da meta, chegando a 9,23%. Destacam-se com as maiores inflações acumuladas os grupos: Habitação (12,85%), Despesas Pessoais (9,99%), Alimentação (9,97%), Transportes (9,70%) e Educação (9,40%).

Produtos

Considerando produtos separadamente, o responsáveis pelas maiores contribuições para a inflação do mês de outubro foram: etanol (0,25%), diesel (0,10%), gasolina (0,10%), sabão em pó (0,06%), hidratante (0,05%), arroz (0,04%), laranja pera (0,03%), bebidas não alcoólicas (0,03%), açúcar (0,03%) e bebidas alcoólicas (0,03%).

Os dez itens que mais ajudaram a segurar a inflação nesse período, com contribuições negativas foram: cebola (-0,07%), camisa masculina (-0,03%), carne seca/charque (-0,03%), frango congelado (-0,02%), máquina de lavar roupa (-0,02%), calça comprida masculina (-0,02%), impressora (-0,02%), esponja de aço (-0,02%), sapato feminino (-0,01%) e cenoura (-0,01%).

Grupos

O grupo Habitação apresentou uma pequena elevação em seu índice, de 0,13%, em relação ao mês anterior. Alguns produtos/serviços deste grupo que sofreram majorações de preços foram: vassoura (9,81%), vela (4,24%), inseticida (3,88%), entre outros. Quedas de preços neste grupo ocorreram com: máquina de lavar roupa (-6,63%), limpa vidros (-6,24%), esponja de aço (-4,76%), entre outros com menores quedas.

O índice de preços do grupo Alimentação registou alta expressiva em relação ao mês anterior, da ordem de 1,65%. Os maiores aumentos foram para o limão (53,04%), chuchu (34,60%), laranja pera (17,46%), farinha láctea (12,87%), entre outros. Fortes quedas de preços ocorreram com: cebola (-52,06%), manga (-26,83%), pepino (-15,15%), entre outros com menores quedas.

Vai piorar

O pesquisador da Uniderp avalia que, além da influência de fatores climáticos e da sazonalidade de alguns produtos, principalmente, verduras, frutas e legumes, o aumento de preços nesse grupo deverá ser maior nos próximos meses. “A elevação no mês passado foi significativa e a tendência de aumento permance devido o alto consumo com as festas de final de ano”, analisa.

Dos quinze cortes de carnes bovinas pesquisados pelo NEPES da Uniderp, doze deles sofreram aumentos de preços, os cinco maiores para coxão mole (6,87%), lagarto (5,40%), fígado (4,78%) e músculo (3,87%).

A tendência, avalia o pesquisador, é de que os preços das carnes bovinas devem continuar subindo nos próximos meses devido às festas de final de ano, ocasião de alto consumo desse produto. “ A valorização da carne bovina também está atrelada principalmente à baixa oferta de boi gordo para o abate e a entrada de boi de confinamento, que historicamente tem um preço mais elevado do que o boi de engorda a pasto”, explica. Além disso, real desvalorizado frente ao dólar tem favorecido à exportação do produto, diminuindo a oferta no mercado interno de carne bovina.

A carne suína também ficou mais cara em outubro. O pernil subiu 7,42%, a costeleta e a bisteca inflacionaram 2,54% e 0,31%, respectivamente. Optar pelo frango pode ser uma alternativa para os consumidores. O levantamento do NEPES aponta que essa carne registrou queda de preço de 2,54.

Combustíveis Com relação ao grupo Transportes houve alta significativa, da ordem de 3,09%, devido aumentos nos preços: do etanol 13,68%, diesel 3,92%, gasolina 3,16% e automóvel novo 0,27%.

Elevação também foi constatada com o grupo Educação queapresentou uma moderada inflação em seu índice, de 1,28%, devido a aumentos de preços em produtos de papelaria (3,46%).

Seguindo o mesmo comportamento, o grupo Despesas Pessoais registrou alta de 0,36%. Alguns produtos/serviços desse grupo que tiveram aumentos de preços foram: hidratante (11,34%), xampu (5,96%), sabonete (4,81%), entre outros. Queda de preço ocorreu apenas com fio dental (-4,42%).

O grupo Saúde registrou elevação de 0,17%. Os produtos deste grupo que tiveram os maiores aumentos foram: analgésico e antitérmico (3,48%), material para curativo (2,34%), vitamina e fortificante (0,90%), entre outros com menores aumentos. As maiores quedas de preços ocorreram com os produtos: antiinflamatório e antireumático (-0,28%), antiinfeccioso e antibiótico (-0,13%), antialérgico e broncodilatador (-0,07%), entre outros com menores quedas de preços.

Ao contrário de Saúde, o grupo Vestuário apresentou pequena queda de -0,30%. Aumentos de preços que ocorreram com: blusa (1,76%), vestido (1,47%), lingerie (1,26%), entre outros. Quedas de preços aconteceram com: camisa masculina (-5,18%), sapato feminino (-2,60%), calça comprida masculina (-1,37%), entre outros.

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