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Interdição de pronto socorro provoca caos na emergência

A interdição do Pronto Atendimento Médico (pronto socorro) do Hospital Universitário, ocorrido por determinação da Vigilância em Saúde do Estado na madrugada de segunda-feira, provocou um caos nos serviços de emergência do Hospital Regional Rosa Pedrossian e na Santa Casa de Campo Grande e levou os secretários de Saúde do Estado e do Município, a cogitarem utilizar a rede particular de hospitais da Capital para atender a população.

Os dois secretários, Antonio Lastória, interino de Saúde no Estado e Ivandro Fonseca, do Município, se reuniram ontem por mais de quatro horas com suas respectivas equipes para buscar soluções para os problemas de superlotação dos ambulatórios e pronto-socorro da Santa Casa e Hospital Regional e decidiram pela internação de pacientes em situação de emergência e urgência, nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Capital.

Com a interdição no HU, os pacientes em situação de emergência e urgência acabaram superlotando os outros dois hospitais, que já estavam em situação caótica, com falta de leitos e internações para atendimento nos corredores e em macas.

Na manhã de ontem, segundo as informações das duas secretarias, 13 pacientes, dos quais nove apresentando quadro de infarto, estavam aguardando vagas nos postos de saúde, que não dispõem de estrutura para internação e deveriam ser encaminhados para os setores de urgência e emergência. Eles foram encaminhados a três UPAs e internados.

Os pacientes que necessitarem de tratamento de urgência e emergência, segundo a definição dos secretários, serão internados nas UPAs dos bairro Universitário e Coronel Antonino e no Centro Regional de Saúde do bairro Aero Rancho.

Os secretários também definiram que a Santa Casa vai selecionar os pacientes atendidos na UPA do bairro Coronel Antonino, enquanto o Hospital Regional se encarregará dos pacientes do bairro Aero Rancho.

O Hospital Universitário vai fazer a classificação da UPA do Universitário para realizar o encaminhamento de acordo com a regulação de vagas, a UPA da Vila Almeida ficará de prontidão para caso de superlotação nas outras três unidades e o Hospital São Julião deve disponibilizar leitos para receber pacientes, mas não de urgência ou emergência.

Segundo Lastória, o problema de saúde pública na Capital é de âmbito nacional e que a antecipação da abertura do novo PAM do Hospital Regional não vai solucionar o problema, porque os novos leitos só suprirão a demanda atual, porque a emergência já está acima do limite. E ainda há o problema da contratação de pessoal para essa unidade hospitalar.

Na reunião, os dois secretários também definiram que, neste período em que os setores de urgência e emergência foram afetados nos três principais hospitais de Campo Grande, serão mais rígidas as medidas de regulação das vagas de internação nos hospitais.

Segundo Ivandro Fonseca, Campo Grande apresenta um déficit de 973 leitos hospitalares para atender a demanda de emergência e das cirurgias eletivas, o que corresponde a 59% da capacidade dos leitos existentes e ressaltou que a superlotação “é um problema antigo”.

Já a diretoria do Hospital Universitário confirmou, por meio de assessoria, que o Pronto Atendimento Médico vai continuar fechado, aguardando a licitação para obras de reforma.

fonte: Dourados Agora

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