OBRA

Interdição na Presidente Vargas completa um mês e empresas veem queda no movimento de até 70%

Cratera na Avenida Presidente Vargas. - Crédito: Vinicios Araújo/Dourados News Cratera na Avenida Presidente Vargas. - Crédito: Vinicios Araújo/Dourados News

Completando exatos 30 dias, a cratera que se abriu e interditou a Avenida Presidente Vargas impactou o faturamento de empresas em 75%. A informação foi revelada pelos proprietários de um posto de combustível e uma madeireira, localizados exatamente no trecho bloqueado. 

O Dourados News esteve no local e confirmou com moradores que há mais de três semanas não se veem máquinas e operários por lá. A cratera foi escavada após surgimento de erosão no asfalto da avenida, em trecho sobre o córrego laranja doce, no dia 2 de abril.

No posto de combustível de Igor Mariano Vargas, a queda no faturamento foi brusca, cerca de 75%. Ele comentou que o posto está localizado em um ponto estratégico, mas com o trecho bloqueado os usuários mudaram o trajeto, passando direto pela Hayel Bon Faker. 

“O nosso movimento aqui foi extremamente impactado. O volume de carro diminuiu muito, não tem nem como comparar. O problema é que desde lá de cima [sentido Itaporã a Dourados] as pessoas já fazer a conversão e para quem vem do centro, já vem abastecido”, disse.

Outro que sentiu o duro resultado da cratera foi Roberto Lourenço Sassi. Há 8 anos ele instalou a madeireira dele no trecho bloqueado. A empresa já tem 26 anos em Dourados, conta com nove funcionários, e neste mês teve entrada de 30% apenas. 

Roberto contou ao Dourados News que diariamente, cerca de 15 caminhões estacionam no local para carregamento da madeira. Agora, ele conta apenas com clientela recorrente. Clientes novos já ‘fugiram’ do bloqueio e, segundo o empresário, se realmente a obra demorar 90 dias para ser concluída, será necessário a demissão de trabalhadores. 

“O faturamento caiu 70%, mas os custos da empresa permaneceram os mesmos. Não tem condições de ficar assim. Já tivemos reunião com a prefeita, mas até agora não está sendo feito nada”, reclamou.

Durante a entrevista um dos funcionários de Roberto interrompeu para dizer que eles também estão sendo prejudicados. “Agora eu aumentei meu trajeto em quatro quilômetros todos os dias. Isso aí reflete nas nossas economias também. Não é só o patrão que está sendo prejudicado não, a gente também”, disse.

PODER PÚBLICO

Inicialmente a expectativa da Prefeitura de Dourados era que a situação fosse solucionada até o dia 15 daquele mês, porém, durante as ações de escavação percebeu-se que o problema seria bem maior do que imaginado. A partir disso um estudo feito por engenheiros da Secretaria de Obras Públicas previu um gasto de R$ 500 mil na obra, que demoraria no mínimo três meses para ser concluída.

O vice-governador do Estado e chefe da Infraestrutura no Governo Azambuja, Murilo Zauith (DEM), veio a Dourados e se reuniu com a prefeita Délia Razuk e vereadores, que solicitaram ao ex-prefeito da cidade a intervenção para viabilizar a obra. Dias depois Zauith confirmou a disposição do Governo Estadual em injetar recursos para restauração da via. 

A informação foi confirmada pelo gestor de obras públicas do Município, o engenheiro Jorge Torraca. Segundo ele o convênio com o Município aguarda cotação das empresas de serviços e a expectativa é de fechamento até a próxima semana. A partir disso as obras iniciam com planejamento de conclusão somente em julho.

Ele também confirmou que a Prefeitura de Dourados tem consciência de que será preciso ação na Rua Hayel Bon Faker, já que o problema se deu pelo volume de águas do córrego, ampliado pelo escoamento de águas de loteamentos lançados na região norte da cidade e que desaguam o volume pluviométrico no curso do Laranja Doce. 

“Até o final do ano vou precisar mexer ali também. A gente tem consciência disso, mas nesse momento será feito na Presidente Vargas”, disse.

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