Brasil

Junho Vermelho: Doe Sangue, Doe Vida, Doe Sempre

No mês dedicado ao incentivo da doação, profissional do HU-UFGD faz relato de como o ato salvou sua vida

Joana Paula Natal Araújo, chefe da Unidade de Execução Orçamentária do HU-UFG, que teve a vida salva graças a doações de sangue e plaquetas, hoje está totalmente recuperada (Foto: Divulgação) Joana Paula Natal Araújo, chefe da Unidade de Execução Orçamentária do HU-UFG, que teve a vida salva graças a doações de sangue e plaquetas, hoje está totalmente recuperada (Foto: Divulgação)

Todos os anos, a campanha do Junho Vermelho lembra a importância da doação de sangue. Mas, para quem recebe o sangue doado e, graças a isso, consegue superar um momento crítico ou se curar de uma doença, todos os dias, meses e anos são oportunidade não só para agradecer, como para defender e divulgar esse ato simples que pode salvar muitas vidas.

“Sua doação muda histórias, gera esperança, salva vidas!”, diz Joana Paula Natal Araújo, depois de relatar sua experiência como receptora de sangue e plaquetas, há quase 20 anos. Joana é atualmente chefe da Unidade de Execução Orçamentária dos Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD), onde trabalha desde 2010. O HU-UFGD integra a Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) desde 2013.

Joana conta que, em 2004, com pouco mais de 20 anos de idade, foi diagnosticada com Leucemia Linfoide Aguda e só sobreviveu e se recuperou por causa do sangue e plaquetas doados por outras pessoas. Veja o relato:

“Em 2004, eu tive Leucemia Linfoide Aguda. Mas quando dei entrada no serviço de saúde, meu quadro estava muito parecido com dengue hemorrágica, com o fígado aumentado e micro hemorragias na pele. Eu fui internada no Hospital Evangélico, aqui em Dourados, e foi feita uma série de exames, até que descobriram que meu caso era Leucemia Linfoide Aguda. Eu estava com hemorragia e logo na internação, ainda em Dourados, eu já precisei tomar a primeira bolsa de plaquetas. Essa foi a experiência de tomar plaquetas doadas. Na época, não havia tratamento aqui em Dourados, e eu acabei indo para a Santa Casa de Campo Grande. Foram 30 dias de internação, e lá, frequentemente, eu tomava bolsas de plaquetas que, conforme me explicara, vinham de um único doador. E quando a anemia estava, às vezes, bem agravada, pelo fato de já estar com a leucemia, eu tomava também as bolsas de sangue. Acontecia de, em um dia, tomar duas bolsas de sangue, ou ter que voltar no outro dia pra tomar mais uma. Então, as doações de sangue e plaquetas foram essenciais para o meu tratamento e para a minha recuperação. Mas, devido ao próprio tratamento da leucemia, eu acabei ficando com uma lesão na cabeça do fêmur, e, em 2013, eu precisei também fazer uma cirurgia para a colocação de uma prótese. Novamente eu precisei de doações de sangue. Foi feita a cirurgia aqui mesmo em Dourados, no Hospital Santa Rita, e eu precisava ter de reserva pelo menos três bolsas de sangue, para reposição. Consegui muitos doadores, e acabei não precisando tomar sangue. Mas essas doações acabaram ajudando outras pessoas e salvando outras vidas”.

Campanha

A data escolhida para celebrar o Dia Mundial do Doador de Sangue, 14 de junho, tem o intuito de sensibilizar a população em prol dessa causa e de agradecer àqueles que doam um pouco de si para salvar vidas. A data foi oficializada pela Assembleia Mundial da Saúde em 2005. O tema da campanha deste ano é “Doe sangue, doe plasma, compartilhe a vida, compartilhe com frequência”, uma referência aos pacientes que precisam de transfusão de sangue por toda a vida.

Critérios básicos para doação

· Ter idade entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos devem possuir consentimento formal do responsável legal);

· Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos.

· Apresentar documento de identificação com foto emitido por órgão oficial (serão aceitos documentos digitais com foto).

· Pesar no mínimo 50 kg.

· Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas.

· Estar alimentado (evitar alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação de sangue. Caso seja após o almoço, aguardar 2 horas).

Condições e vantagens

Para doar sangue, é necessário que o usuário esteja em boas condições de saúde, não esteja tomando medicamentos como antibióticos, não esteja com febre ou com sintomas de infecção.

Existem legislações que concedem vantagens aos doadores de sangue, estimulando a prática e garantindo o estoque dos bancos. A lei federal nº 1.075/1950, dispõe que funcionários públicos civis de autarquia ou militares sejam dispensados do ponto no dia da doação. Para os celetistas – trabalhadores da iniciativa privada –, o artigo 473 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê um dia de folga.

Sobre a Rede Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

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