Durante audiência de custódia realizada na tarde desta quarta-feira (5/10) pela 2ª Vara Criminal de Dourados, o juiz Deyvis Ecco decretou as prisões preventivas de Geneia Vitor de Araújo, 62, e Wesley Lima Santos, 20.
Eles foram alvos de operação desencadeada pelo SIG (Setor de Investigações Gerais) na terça-feira (4/10). Na casa da idosa, na rua Rouxinol, BNH IV Plano, os policiais civis encontraram 15 armas de fogo avaliadas em aproximadamente R$ 200 mil.
Ambos continuam presos em celas da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário). Antes da audiência de custódia, a defesa deles havia entrado com pedido de liberdade, negado pelo magistrado.
Na argumentação do juiz, ele relata que os delitos relacionados ao flagrante são graves e menciona a participação dos envolvidos com a facção criminosa.
“Se trata de delitos cuja gravidade em concreto encontra-se devidamente demonstrada através das informações constantes nos autos de que os autuados integram a organização criminosa conhecida como "PCC" e a quantidade de armamento apreendida durante a entrada da casa da flagrada Geneia Vítor de Araújo (15 artefatos), o que, por si, exige postura mais rígida do Estado-juiz na eventual concessão de benefícios como a liberdade provisória (...). Diante do exposto, e por tudo mais que consta do auto de prisão em flagrante, converto a prisão em flagrante e decreto a prisão preventiva de Geneia Vitor de Araujo e Wesley Lima Santos”, diz trechos da decisão.
O caso
Armas apreendidas por policiais do SIG - Foto: Osvaldo Duarte/Dourados News
Conforme mostrado nesta manhã pelo Dourados News, as armas chegaram do Paraguai e foram armazenadas na residência de Geneia, mãe de um interno da PED (Penitenciária Estadual de Dourados) e integrante de facção criminosa, enquanto Wesley seria o responsável em fazer a ‘segurança’ do local.
De acordo com o delegado Erasmo Cubas, os investigadores receberam informações apontando que logo após o primeiro turno das eleições, realizado no domingo em todo o Brasil, uma significativa remessa de armas de fogo chegaria na cidade após cruzar a região de fronteira.
“A gente trabalha há muito tempo com investigações sobre este ponto de armazenamento de armas de fogo de facção criminosa ligada a penitenciárias com abrangência nacional e internacional. A gente vinha monitorando”, explicou o delegado à reportagem nesta manhã.
Cubas disse ainda que os policiais perceberam uma intensificação na movimentação na casa justamente de pessoas interessadas nas armas e preparou o melhor momento para incursão no imóvel.
Na residência os investigadores do SIG encontraram quatro revólveres calibre 38, um calibre 357, além de dez pistolas de calibre .45, 9 mm, .380 e .40.
Ainda conforme o delegado, as investigações indicam que as armas eram vendidas ou alugadas a pessoas envolvidas com diversos tipos de crimes, entre eles roubos, acertos de contas e desavenças pessoais, mas principalmente para imposição de domínio de território por parte da facção criminosa.
“É a grande finalidade deste grupo. Estabelecer uma certa dominância e também executar crimes contra a vida referente ao fortalecimento da facção criminosa”, explicou.
Os dois vão responder por posse de arma de fogo de calibre restrito - já que as armas estavam raspadas, com numeração suprimidas, e também por associação criminosa.
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