A Justiça decretou na tarde desta quinta-feira (8) a falência do grupo São Fernando, que controla entre outras empresas, a usina com o mesmo nome, em Dourados. O caso tramita na 5ª Vara Cível do município e está a cargo do juiz Jonas Hass Silva Junior.
Na decisão, o magistrado modifica a recuperação judicial a qual a empresa se encontrada para a falência.
"Convolo a recuperação judicial em falência, ficando aberta hoje (8), às 15h40, a falência das empresas São Fernando Açúcar e Álcool, São Fernando Energia I Ltda, São Fernando Energia II Ltda, São Marcos Energia e Participações Ltda e São Pio Empreendimentos e Participações", relata trecho do processo.
Como base foi utilizado o fato dessas empresas não realizarem qualquer tipo de pagamento aos credores há mais de dois anos.
"Assim não resta outra alternativa senão convolar a recuperação judicial em falência".
No despacho, o juiz também afasta os administradores das citadas da administração e mantém como administradora judicial Vinicius Coutinho Consultoria e Perícia S/S Ltda.
O fato pode acarretar em milhares de demissões na Usina sediada em Dourados. De acordo com levantamento feito pelos vereadores Braz Melo (PSC) e Daniela Hall (PSD), pelo menos 2 mil pessoas dependem da empresa para levar sustento às suas casas.
A presidente da Casa chegou a classificar o caso como ‘caos social’. "Estamos em um momento delicado, com milhões de trabalhadores sem emprego", comentou.
Uma reunião está agendada para a manhã desta sexta-feira (9), no Plenarinho da Câmara com representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Usina São Fernando.
Na semana passada, audiência de credores foi realizada no município após uma série de cancelamentos, porém, o plano de recuperação judicial apresentado pela companhia não foi aceito.
A São Fernando sofre com grave crise financeira há anos e a dívida acumulada é de aproximadamente R$ 1,5 bilhão. O empreendimento é de propriedade da família do pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai, condenado a mais de 9 anos de prisão na Operação Lava-Jato.
Comentários