O estádio Fredis Saldivar, o Douradão, já foi palco para partidas relevantes. Times como Internacional, Corinthians, Fluminense, Sport e Atlético/MG, além das categorias Sub-17 e Sub-20 da Seleção Brasileira, já pisaram no gramado da maior praça esportiva do interior do Centro-Oeste. E, apesar do pouco fomento ao futebol local, o Douradão era a casa onde o Sete de Setembro e Ubiratan conseguiam brilhar e conquistar seus títulos.
Hoje, interditado por diversas e graves irregularidades, o estádio poderia ser mais um exemplo da irresponsabilidade e negligência pública no Brasil.
Um laudo ao qual o Dourados News teve acesso com exclusividade, mostra a fragilidade da rede elétrica do local, construído na década de 1980 pelo então governador de Mato Grosso do Sul Pedro Pedrossian, e que desde então nunca passou por reforma estrutural.
São 33 anos de fundação carregando as mesmas estruturas de quando abriu as portas para o primeiro clássico, entre Ubiratan e Mixto, cuja vitória foi garantida pela equipe douradense por 4 gols a 2 do ‘Leão da Fronteira’.
De acordo com a avaliação assinada pelo engenheiro eletricista e de Segurança no Trabalho Marco Aurélio Duarte Alves, na subestação abrigada do estádio, parte da rede de energia com maiores índices de risco, há ausência de medida de segurança contra incêndio. Por lá não foram encontrados extintores, iluminação de emergência, sinalizadores de incêndio e transformador à seco.
Sem falar na quantidade de ligações elétrica com recurso alternativo, a famosa “gambiarra”, que inclusive estava causando curtos-circuitos nas chaves seccionadoras.
O QUE É O DOURADÃO HOJE?
Afundado em irregularidades, o estádio Douradão já não recebe mais público para eventos oficiais desde abril do ano passado. Hoje, diante da determinação da prefeitura para o fechamento total da estrutura, deixam de funcionar no local a sede da Funed (Fundação de Esportes de Dourados), que foi levada temporariamente para o Centro de Convenções de Dourados, o Sindicato da Guarda Municipal, que ainda busca local para instalação, e a realização de projetos esportivos.
O espaço era cedido para treinos do atletismo paralímpico, que agora será transferido ao Parque Rego d’Água, escolinha de goleiros e Ginástica Artística, que ainda não tem local definido.
Também aconteciam as atividades da Escola da Guarda Mirim, que será transferida em breve para o Parque da Juventude enquanto aguardam recursos para a reforma da unidade própria. Ao todo, cerca de 320 atletas frequentavam os projetos semanalmente.
Os times douradenses que tinha o estádio como casa agora utilizam espaços alternativos.
Um exemplo é o Sete de Setembro, que na busca pela taça do Campeonato Estadual deste ano, fez do estádio Francisco Chaves Filho, o Chavinha em Itaporã, local de referência para a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, assim como o Operário.
A promessa da gestão Délia Razuk é a realização de um projeto de engenharia para levantamento de todas as carências do estádio, que estimará o recurso necessário para investimentos, e posteriormente a busca por apoio do Estado e da União para a reforma do Douradão.
A secretaria de Governo já sinalizou que sozinho o Município não terá condições de empreender as intervenções nas estrutura.
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