DOURADOS

Lutador disse que pré-julgamento sobre morte de filho influenciou a vida na prisão

O pai do bebê morto em 2018 foi julgado por homicídio culposo - Crédito: Hedio Fazan/Dourados News O pai do bebê morto em 2018 foi julgado por homicídio culposo - Crédito: Hedio Fazan/Dourados News

Joel Rodrigo Avalo dos Santos, de 28 anos, pai de Rodrigo Moura Santos, morto em agosto de 2018 com apenas um ano e meio de idade, está em liberdade desde o final da manhã desta quarta-feira (11). 

Em entrevista concedida horas depois de sair da PED (Penitenciária Estadual de Dourados), Joel fez críticas a relatos que, na avaliação dele, “não condiziam com a verdade”.

Para ele, um dos fatores que mais influenciaram nos julgamentos dentro e fora dos processos judiciários formais, foi o envolvimento com as artes marciais. No período em que aconteceu o crime que vitimou o bebê Rodrigo há um ano e meio, Joel mantinha agenda como lutador de MMA (Mixed Martial Arts). 

O MMA é um tipo de luta que mistura técnicas de golpes presentes em diversas artes marciais. Esporte que ganhou espaço e credibilidade nas últimas décadas, por vezes carrega um estigma de violência e intolerância, de acordo com declarações do rapaz. 

Durante entrevista, ele foi enfático ao afirmar que “usaram um sonho que eu tinha para dar uma vida melhor a meus filhos contra mim”, se referindo ao papel da imprensa nos supostos ‘pré-julgamentos’. 

“Certas coisas que foram faladas na mídia não condiziam com a verdade. Por exemplo, tempo depois do que aconteceu eu vi na mídia coisas como ‘lutador é acusado de matar o filho a chutes’. Durante a minha vida, desde que comecei a lutar, eu nunca agredi ninguém”, justificou. 

NA PRISÃO

Joel contou também que tais afirmações teriam ‘moldado’ a opinião pública em seu desfavorecimento acabou influenciando, inclusive, a relação dele com outros detentos no presídio de segurança máxima de Dourados. 

O lutador disse que sofreu retaliação principalmente no início do caso, mas que, com o passar do tempo, passou a manter boa relação com os demais presos. 

“A informação era que eu que tinha feito. Sofri retaliação porque quando eu cheguei no presídio acreditavam que seria eu o culpado e é um direito deles que são pai também. Até que souberam, conviveram comigo e que viram quem eu realmente sou. Então, a partir disso passaram a me acolher bem e me ajudar no meu dia-a-dia na prisão”, relatou. 

A MADRASTA

Sobre Jéssica Leite Ribeiro, de 24 anos, ele disse que não chegou a desconfiar das agressões contra o bebê Rodrigo. Ela foi condenada a 17 anos e cinco meses de prisão após Tribunal do Júri realizado na terça-feira (10) das 8h às 22h.

“No meu dia-a-dia, para mim a princípio, a relação era normal. Porque a gente ia para igreja, levava uma vida tranquila, como se fosse filho dela. Até que quando eu acordo, vou para meu serviço quando eu volto já encontro uma cena de crime que não tem como eu descrever”, relatou à imprensa. 

Conforme divulgado pelo Dourados News, Joel chegou a afirmar que pena concedida a madrasta Jéssica pode ser considerada branda, diante da gravidade do crime cometido. 

 

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