A Receita Federal estima que cerca de 30% das empresas aptas a integrarem a modalidade de Microempreendedor Individual (MEI) farão a migração em 2018. A partir do dia 1º de janeiro, entram em vigor as novas regras do MEI, entre elas o aumento do limite do faturamento anual, que passará dos atuais R$ 60 mil para R$ 81 mil.
Segundo a Receita, com o novo limite, 172 mil empresas que integram outras modalidades estarão aptas a integrar o MEI, mas apenas 52 mil devem de fato migrar para a modalidade. Os microempreendedores individuais são enquadrados no Simples Nacional e ficam isentos dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL).
A modalidade, no entanto, também impõe restrições. Além do limite de faturamento, o microempreendedor não pode participar como sócio, administrador ou titular em outra empresa; não pode contratar mais de um empregado e deve exercer alguma das atividades previstas para a modalidade. A partir de 2018, serão incluídas 13 ocupações e excluídas três: personal trainer, arquivista de documentos e contador/técnico contábil.
A entrada de novas empresas na modalidade, no entanto, acarretará também em uma queda na arrecadação, devido às concessões de incentivos fiscais. A Receita Federal estima uma renúncia de R$ 150 milhões por ano.
Mesmo com a queda na arrecadação, a expectativa é que as mudanças estimulem a economia do País. Elas fazem parte do programa anunciado pelo governo no ano passado, Crescer sem Medo.
Microempreendedores
Atualmente, de acordo com dados do Portal do Empreendedor, o Brasil tem 7,7 milhões de MEI. De acordo com dados divulgados este mês pela Serasa Experian, de 1,9 milhão de novas empresas instaladas no País entre janeiro e outubro deste ano, 1,5 milhão é de microempreendimentos individuais, o equivalente a 78,6% do total.
De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os micro e pequenos empreendimentos representam 27% do Produto Interno Bruto (soma dos bens e serviços produzidos no País) e são responsáveis por cerca de 52% dos empregos formais no Brasil.
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