De fora da próxima legislatura, mesmo obtendo mais de 16 mil votos no último domingo (7), a deputada estadual Mara Caseiro (PSDB) lamentou, durante a sessão desta terça-feira (9), a nova composição da Assembleia Legislativa, formada exclusivamente por homens.
A tucana ainda criticou o atual sistema político, que elege candidatos proporcionalmente ao número de votos, e cobrou maior participação das mulheres na vida pública.
“Se você for olhar realmente em número de votos, eu e Dione [Hashioka, segunda suplente, também com mais de 16 mil votos] estaríamos eleitas. Ela também ficou acima de alguns que vão assumir, eu fiquei em 13° e não vou assumir”, lamentou.
Criticando o sistema proporcional, considerado injusto “por não refletir a vontade popular”, Mara reafirmou a importância das cotas parlamentares que equilibram a disputa e garantem a inserção de candidaturas femininas e distribuição de recursos do fundo partidário.
“Para a mulher tudo é mais difícil, apesar de termos esse fundo reservado às mulheres, ainda assim não é o bastante para suprir as necessidades de uma estrutura de campanha”, ponderou.
Apesar da maioria do eleitorado sul-mato-grossense ser composto por mulheres, Mara enxerga uma resistência de certa forma ‘esquisofrenica’ entre as mulheres, a julgar, também pela nova composição do parlamento estadual, mas não perde as esperanças no ‘despertar’ feminino na política.
“Infelizmente, as nossas mulheres ainda não confiam não mulheres, não tem esse pensamento de união. E eu entendo isso em função da própria história da mulher. Se pensarmos que até 84 anos atrás a mulher nem votar podia, ainda estamos em processo evolutivo, lento, mas evolutivo”, avalia.
Para minimizar o impacto de um modelo político feito por homens e, majoritariamente, pautado pela visão deles, a ex-prefeita de Eldorado acredita em “resgate de união das mulheres, sem competições, unidas, votado em outras mulheres, tendo o cuidado de participar do processo político”
“Entendo que nossa jornada é mais extensa, as “falhas” de alguns políticos, plantam em nós o sentimento de não querer participar da política, mas isso está errado, as mulheres têm que participar e ocupar os espaços sim. Temos que trazer nosso mundo para a política”, convida.
Mesmo sem mandato, a partir de janeiro de 2019, Mara garante que a luta por igualdade de direitos e espaços, ao menos na Assembleia Legislativa, não deve cessar. “Para as câmaras e assembleias seres, de fato, representativas, teriam que ter pelo menos 50% de mulheres e agora vai ficar ainda pior.
“Sem participação do eleitorado feminino é difícil, mas não deixaremos de estar cobrando aqui nesta Casa de Leis. Claro que com mais dificuldade, mas estaremos. Não vamos desistir de ocupar esses espaços de jeito nenhum”, promete.
Por ser primeira suplente do PSDB, caso algum dos parlamentares da coligação abra mão do mandato para eventualmente ocupar alguma secretaria no governo Reinaldo Azambuja (PSDB), Mara ainda tem chance de voltar à Assembleia Legislativa ao longo dos próximos quatro anos.
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