Diante da crise financeira que assola a administração municipal de Dourados, o deputado estadual Marçal Filho (PSDB) sugere uma força-tarefa com a participação de deputados estaduais e federais, senadores, governo do estado e governo federal, para salvar a saúde pública. Médicos do Hospital da Vida e da UPA 24 horas estão com salários atrasados e as equipes de enfermagem e administrativa terão salários parcelados até o fim do ano.
Diante da crise, os servidores da Fundação de Saúde (Funsaud) tiveram ontem (13) o corte de hora extra e sem o quantitativo necessário de funcionários para atender a demanda de pacientes, a saúde pode entrar em colapso.
A preocupação do deputado sobre a saúde não é de agora. "Chegamos a uma situação de quase calamidade. Os servidores de todas as áreas da prefeitura, conforme anunciou a administração municipal, deverão ter os salários parcelados até dezembro e isso causa preocupação. Educadores já iniciaram a operação tartaruga, liberando os estudantes mais cedo, e agora com o funcionalismo da saúde, sem cumprir hora extra, correremos o risco de ampliar ainda mais a dificuldade de atendimento no Hospital da Vida e na UPA", diz Marçal Filho.
Ao ocupar a tribuna na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul nesta quarta-feira (14), o deputado mostrou preocupação principalmente na área da saúde e conclamou os demais parlamentares a buscar uma solução. "Mas precisamos que a administração municipal de Dourados tome a iniciativa de assumir essa frente de trabalho, para expor a realidade do município em números e apresentar a real situação financeira para se criar projetos e buscar recursos", explicou o deputado.
O município de Dourados tem recursos para 2019 de ordem de R$ 1 bilhão. O deputado quer saber como tem sido aplicado esse recurso e como está a situação da Funsaud, autarquia responsável pela administração da UPA e Hospital da Vida. A entidade está afundada em crise com dívidas milionárias desde 2015 e os recursos de quase R$ 5 milhões que recebe por mês não têm sido suficiente para honrar as despesas. Dourados é responsável por atender 34 municípios da região e este tem sido um dos gargalos para não fechar as contas da saúde, crescente a cada ano.
Na avaliação de Marçal Filho, é preciso criar parceria para buscar solução neste momento, com a participação do Governo do Estado e Governo Federal, mas o município deve assumir essa frente. "Não podemos mais assistir os problemas que só aumentam", declarou, ao citar o caso de pacientes renais crônicos que não encontram mais vagas para tratamento de hemodiálise, essencial para terem qualidade de vida. Atualmente a prefeitura mantém convênio com duas clínicas que ofertam 213 vagas, quantitativo insuficiente. Por causa disso, cerca de 20 pacientes que poderiam apenas fazer a sessão de hemodiálise e ir para casa, estão vivendo dentro do Hospital da Vida e do Hospital Universitário.
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