Stephani Ferreira de Oliveira e Rodrigo de Aquino Lopes são julgados pelo assassinato de operador de máquinas
Acusada por participação no assassinato de Claudinei Seixas, em outubro de 2018, a operadora de caixa Stephani Ferreira de Oliveira, 23 anos, sentou no banco dos réus nesta quinta-feira (25). Chorando e bastante abalada, contou que sofria abusos sexuais e era obrigada a mandar fotos pelada para o padrasto. No entanto, nega que tenha planejado o crime junto com o namorado Rodrigo de Aquino Lopes, que também é julgado hoje.
Stephani não conseguiu conter as lágrimas durante o interrogatório no plenário do Fórum de Campo Grande. Contou que a mãe mantinha um relacionamento com Claudinei e era bastante ciumenta. "Ficava contra mim e todo mundo, era louca por ele. Falou uma época que mataria sem pensar por conta dele", disse.
A ré afirma que passou a ficar com medo após o padrasto ter acesso a imagens íntimas dela. "Começou a me chantagear, pedia vídeos meus me masturbando ou foto pelada, se não ia mostrar para a minha mãe e falar que eu estava dando em cima dele".
Stephani diz que começou a mandar os vídeos, mas tudo se agravou ainda mais depois de sofrer abusos sexuais. "As chantagens aumentaram. Ele me amarrou, me bateu e me obrigou a fazer sexo anal com ele. Isso aconteceu mais de uma vez", revela.
A mãe de Stephani, Maria Lúcia Ferreira, foi ouvida como testemunha de defesa. Ela também chorou bastante no plenário, confirmando que a filha não sabia que o namorado pretendia matar Claudinei. "Pelo que conheço minha filha, ela nunca faria isso, não sabia da intenção do Rodrigo, ela achou que eles iam conversar".
Investigação - Segundo as investigações da 1ª Delegacia de Polícia Civil, o crime foi planejado por Rodrigo de Aquino Lopes, de 23 anos, e por Stephani.
Os dois saíram juntos algumas vezes, todas por conta das chantagens, até Rodrigo, o atual namorado de Stephani, descobrir a situação. Os dois então planejaram o crime e a jovem marcou um novo encontro com a vítima, no ponto de ônibus do cruzamento das Avenida Coronel Antonino com a Presidente Castelo Branco.
No dia do homicídio, Rodrigo se aproximou de Claudinei a pé, pela rua Castelo Branco, armado com um revólver calibre 32. A vítima chegou a perceber a aproximação do suspeito, e tentou correr, mas foi atingido por quatro tiros e morreu no local.
Julgamento - Em março do ano passado, o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) entendeu não haver provas em juízo suficientes para indiciar Stephani e não a mandou para julgamento. No entanto, o Ministério Público recorreu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), que reformou decisão do Poder Judiciário de MS e Stephani foi pronunciada pelo homicídio.
De acordo com a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Stephani agiu com dissimulação. “Visto que ocultou sua verdadeira intenção ao marcar um encontro amoroso com a vítima quando, na verdade, pretendia ceifar-lhe a vida”.
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