No sábado (28), as equipes do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD), vivenciaram um misto de tristeza e alegria: a perda de um paciente mas que possibilitou a captação de órgãos para salvar outras vidas.O paciente doador, uma criança de três anos, foi vítima de afogamento em piscina no dia 22 de outubro.
Ela foi reanimada por 30 minutos e ficou internada na UTI Pediátrica do hospital mas teve uma piora de seu quadro clínico. Infelizmente, em 27 foi diagnosticada a morte encefálica e realizado o protocolo conforme legislação vigente, Resolução CFM Nº 2.173/2017.
A família autorizou a doação de múltiplos órgãos e através de trabalho intenso da equipe assistencial, Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do HU-UFGD e Organização de Procura de Órgãos (OPO) de Campo Grande foi concretizada a doação de órgãos. A captação foi realizada no HU-UFGD na noite de sábado (28), e os órgãos viáveis foram encaminhados para Minas Gerais, de acordo com a compatibilidade dos receptores.
A captação só foi possível graças ao trabalho em conjunto da Equipe da UTI-Ped na manutenção do potencial doador, Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do HU-UFGD sob suporte da Organização de Procura de Órgãos (OPO) de CG e da Central Estadual de Transplantes (CET-MS), Equipes médicas e de enfermagem do Centro Cirúrgico do HU-UFGD e Equipe captadora de Minas Gerais.
“Muito obrigado pelo esforço de todas as pessoas envolvidas. E ainda envolvidos em um luto muito difícil. É a beleza desse nosso trabalho tão complexo e dolorido, mas ainda assim muito bonito”, agradeceu o superintendente Hermeto Macario Amin Paschoalick.
"É uma situação delicada, pois nos solidarizamos com a família em luto ao mesmo tempo que corremos contra o tempo para organizar tudo necessário para que a doação e captação sejam possíveis. É um trabalho intenso, que envolve várias pessoas, mas sabemos que o resultado irá mudar o destino das pessoas que receberão os órgãos, junto de suas famílias", explica a enfermeira Ely Bueno Da Silva Bispo.
Importância de doar
A doação de órgãos proporciona o prolongamento da expectativa de vida de pessoas que precisam de um transplante, permitindo o restabelecimento da saúde e, por consequência, a retomada das atividades normais. Devido ao número de partes do corpo que podem ser cedidas, cada doador pode salvar oito vidas ou mais.
Doadores vivos:
Qualquer pessoa com mais de 18 anos e boas condições de saúde é um potencial doador de órgãos. Para isso, é necessária uma avaliação clínica que verifica se há condições de saúde para suprir a ausência dessa parte do corpo. Doadores vivos podem ceder um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão, para familiares de até quarto grau. Para não parentes é necessária uma autorização judicial.
Após o óbito:
Só é permitido doar órgãos de pessoas que tiveram morte encefálica. Após uma avaliação das causas do óbito, qualquer tipo de doação pode ser feita. Não é possível escolher quem irá recebê-los e depende da autorização de um familiar.
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