"É categórico que houve atos de corrupção que permitiram a fuga dos 75 presos da prisão de Pedro Juan Caballero", disse a ministra da Justiça do Paraguai Cecilia Pérez. Ao ABC Color ela disse que os responsáveis pela penitenciária já haviam sido demitidos e que seus cargos estão disponíveis para o que o Presidente da República ordenar.
Conforme noticiado pelo jornas paraguaio, a ministra questionou que ninguém tenha visto ou ouvido todas as obras do túnel que permitiram a fuga de 91 prisioneiros do grupo criminoso do Primeiro Comando da Capital (PCC), da Penitenciária Pedro Juan Caballero, cidade vizinha a Ponta Porã/MS, neste domingo (19/1). Ao descobrir cerca de 200 sacolas com areia em uma das celas, ele disse que é impossível que elas tenham passado despercebidas.
“É categórico que houve corrupção. Fizemos uma reclamação pública de que $ 80.000 foram oferecidos (para permitir a fuga). Sabemos agora que esse dinheiro tinha que ter circulado. Você pode ver que existem celas cheias de sacos de areia ”, disse Cecilia Pérez, em conversa com a rádio ABC Cardinal.
Ele também observou que o túnel estava no térreo da área destinada ao PCC, mas mesmo os que estavam no andar superior escaparam. Para fazer isso, eles precisavam ter todas as celas abertas, disse ela.
A ministra anunciou que o diretor da penitenciária, Christian González, o chefe de segurança e os chefes de guarda, já estavam demitidos. Ela disse que também colocou o cargo à disposição do presidente Mario Abdo Benítez.
Pérez acrescentou ainda que eles terão horas de imagens de circuito fechado para saber como ocorreu o vazamento.
A ministra lamentou o nível de corrupção tão alto que está instalado no sistema penitenciário paraguaio, pelo qual eles exigem mais orçamento para combater, disse ela.
“Pedro Juan é uma prisão muito particular, onde custa trabalhar pela permeabilidade da corrupção. Custa-nos até pessoalmente, mas não precisamos ser intimidados”, concluiu.
*Matéria editada às 10h16 para correção no número de fugitivos, anteriormente informado como 91. Os dados foram confirmados pela polícia paraguaia.
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