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Ministro da Justiça volta a Campo Grande a fim de evitar mais mortes no campo

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deve desembarcar no aeroporto internacional de Campo Grande na próxima quinta-feira (20) para nova rodada de negociações entre índios e produtores rurais, que brigam por terras em Mato Grosso do Sul.

O retorno do ministro ao Estado foi confirmado sábado pelo governador André Puccinelli (PMDB) em Três Lagoas, durante abertura da 36ª Exposição Agropecuária e Industrial.

Cardozo vem conversar mais uma vez sobre os conflitos entre produtores e índios na região de Sidrolândia e anunciar alternativas que possam colocar ponto final ao impasse que já dura desde que a Funai (Fundação Nacional do Índio) deflagrou o processo de demarcação de terras no Estado.

Há dias, na luta por áreas de terras, um índio foi morto durante confronto com policiais federais na Fazenda Buriti, em Sidrolândia, o que deixou a presidente Dilma Rousseff preocupada, a ponto de convocar todos seus ministros e staf político a darem início a uma estratégia visando conter o conflito.

“Conversei com o ministro e disse-lhe, juntamente com o secretário de Justiça e Segurança pública, Wantuir Jacini, que não poderíamos ficar somente naquelas palavras e no sobrevoo que fizemos na área do conflito”, disse o governador ao se referir a vinda do ministro no último dia 5 de junho.

A reunião que acontecerá às 16 horas vai contar a presença do governador, do ministro da Justiça e de representantes da Funai e do Ministério Público Federal.

“Vamos nos reunir para que se resolva de vez a possibilidade da União de comprar terras. Querem dar terras para os índios? Eu concordo, comprem-nas daqueles proprietários de fato e de direito e distribuam-nas”, enfatizou André Puccinelli.

TERRAS DO TRÁFICO

Na prática, a União estuda a possibilidade de usar terras confiscadas do tráfico para indenizar fazendeiros com propriedades em áreas indígenas demarcadas, conforme informou Eduardo Cardozo.

Ele ressaltou, no entanto, que a questão ainda precisa ser mais bem avaliada, uma vez que o governo não dispõe de um levantamento das terras que estariam disponíveis.

“Há uma série de propostas. Nós vamos pegar todas as áreas em conflito em Mato Grosso do Sul e pensar como cada uma pode ser equacionada. Talvez não seja possível uma equação uniforme para todos os conflitos no estado”, disse.

O ministro lamentou a morte do índio guarani-kaiowá, Celso Rodrigues, atingido por dois tiros no último dia 13, nos arredores da Aldeia Paraguaçu, em Paranhos, a 477 quilômetros de Campo Grande, Celso Rodrigues é o segundo índio morto no estado em menos de 15 dias.

fonte: Dourados Agora

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