Morto na quinta-feira (27) por complicações de doença renal crônica, aos 83 anos, o arquiteto Jaime Lerner, ex-governador do Paraná e prefeito de Curitiba em três oportunidades, também foi fundamental para o desenvolvimento de Dourados.
Contratado pela prefeitura do município sul-mato-grossenses no final da década de 1970, ele assinou o Plano de Complementação Urbana, tratado como primeiro Plano Diretor.
Ao pensar Dourados para o futuro, as marcas mais visíveis deixadas pelo arquiteto são os parques Arnulpho Fioravanti, atrás do Terminal Rodoviário Renato Lemes Soares, e Antenor Martins, no Jardim Flórida.
Tratava-se de uma medida preventiva para evitar que a cada chuva as enxurradas provocassem erosão em pontos da parte baixa da cidade, ao sul da Avenida Marcelino Pires, o que poderia resultar em enormes buracos prontos para “engolir” o entorno.
Mas a contribuição de Lerner para o desenvolvimento de Dourados vai muito além, conforme assinalado em “Dourados: Planejamento, Experiências e Olhares Sobre a Cidade (1970 – 2003)”, tese de doutorado de Marina de Souza Santos apresentada no Programa de Pós-graduação em História da Faculdade de Ciências Humanas da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), datada de 2016 e disponível em https://www.ppghufgd.com/wp-content/uploads/2017/04/Tese-Marina-Definitiva.pdf.).
Em parte do trabalho, a pesquisadora menciona duas cópias diferentes do denominado “Projeto Lerner”.
Um deles, de novembro de 1978 e intitulado “Dourados: Plano de Complementação Urbana. Jaime Lerner Planejamento Urbano”, detalha a proposta para o projeto Comunidade Urbana de Recuperação Acelerada (CURA). O outro, de dezembro de 1978, intitulado “Dourados: estrutura urbana. Jaime Lerner Planejamento Urbano”, definiu uma estrutura de crescimento para a cidade que norteou gestores ao longo dos anos.
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