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MP oferece denúncia contra policiais penais acusados de fornecer armas e drogas a presos da PED

Policiais penais presos durante operação realizada em janeiro - Crédito: Osvaldo Duarte/Arquivo/Dourados News Policiais penais presos durante operação realizada em janeiro - Crédito: Osvaldo Duarte/Arquivo/Dourados News

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) ofereceu denúncia à Justiça contra três policiais penais lotados na PED (Penitenciária Estadual de Dourados) e investigados por tráfico e fornecimento de armas e munições no estabelecimento penal. Dois deles acabaram presos em flagrante durante operação do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), no dia 20 de janeiro. 

De acordo com o documento apresentado pelo promotor João Linhares, os servidores Iran Alberto Coelho Misael, Robson Magno Havertoth, além de Wagner Flores da Silva, atualmente afastado das atividades alegando tratamento de saúde, estavam mancomunados para introduzir entorpecentes, munições e aparelhos de telefone celular dentro do presídio. 

O requerimento é pela preventiva dos três, além de, ao final do processo, ocorra a perda do cargo público que ocupam “porque vulneraram contra princípios constitucionais e legais que regem a Administração Pública”, diz.

No mesmo documento, Linhares pede que os denunciados respondam por “tráfico de drogas, associação para o tráfico, comércio clandestino de munições e introdução de celulares dentro de estabelecimento penal”.

Atualmente, apenas Robson permanece detido, enquanto Iran conseguiu relaxamento da prisão, sob alegação de fragilidade nos argumentos apresentados na época. Já o nome de Wagner passou a constar durante a investigação do processo. 

A operação

No dia da ação, Iran e Robson foram presos em flagrante e encaminhados à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Dourados. 

Segundo relatado na denúncia feita pelo promotor com base no inquérito policial, o primeiro era o responsável tanto pela portaria, quanto pela revista dos objetos das pessoas que entravam na PED nessa data, porém, não realizou a vistoria na mochila do colega. 

Quando os policiais civis entraram no presídio e se deslocaram até o alojamento, encontraram na bolsa de Robson 200 papelotes de cocaína, totalizando 2,1 quilos, além de 12 porções de maconha pesando 2,1 quilos, 22 munições calibre .357, cartucho de projéteis do mesmo calibre já deflagrado e R$ 4.229.

Durante as investigações, descobriu-se que tal irregularidade já havia acontecido por pelo menos seis vezes entre outubro e dezembro do ano passado.

“Ingresso de psicotrópicos, materiais bélicos e outros objetos ilícitos para serem comercializados no interior do aludido estabelecimento prisional e apuraram que nas datas de 7.10.2022, 16.10.2022, 13.11.2022, 10.11.2022, 18.12.2022 e 19.12.2022, eles promoveram o ingresso de objetos sem passar pela máquina de Raio-X, pelo scanner e por qualquer tipo de revista”, diz trecho da denúncia feita pelo promotor. 

Por fim, ele alega ser necessária a prisão preventiva dos investigados “a fim de assegurar a ordem pública e o bem-estar social, evitando-se a reiteração criminosa, já que restou evidenciado que os indigitados são afeitos a atividades delituosas”.
 

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