A chuvarada do primeiro trimestre do ano, que atrasou a colheita da soja, também impactou a cultura do milho em Mato Grosso do Sul. Com aproximadamente 2,304 milhões de hectares semeados até 14 de abril, 93% das lavouras apresentam boas condições justamente pela umidade do solo, mas parte significativa da área foi cultivada fora da janela ideal.
Essas informações constam no mais recente boletim Casa Rural elaborado pelo Siga-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio) a partir de contatos com empresas de assistência técnica, produtores e sindicatos rurais, além de empresas privadas dos principais municípios produtores do Estado.
O documento publicado na terça-feira (18) pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) aponta que dos 2,325 milhões de hectares estimados para essa safra de milho 99,1% foram semeados até 14 de abril. Os trabalhos já foram concluídos na região sul, enquanto a região centro está com 98,7% média e a região norte com 98,0%.
O agronegócio sul-mato-grossense estima a produtividade do cereal em 80,33 sacas por hectare, o que gera expectativa de produção de 11,206 milhões de toneladas.
Embora aponte 93% das áreas plantadas em boas condições graças às chuvas volumosas entre os meses de janeiro e março “que contribuíram para uma boa formação das lavouras”, o Siga-MS pondera que “o futuro da cultura ainda é incerto”.
Isso porque Mato Grosso do Sul apresenta 40% da produção fora da melhor janela de semeadura, correndo o risco de sofrer com intempéries climáticas (estiagem, geada e queda de granizo).
O boletim Casa Rural indica que a operação de semeadura está lenta em todas regiões, já que a janela de plantio do milho está concentrada entre os dias 17 de fevereiro a 24 de março de 2023, período no qual costumam estar concentrados aproximadamente 72,2% da operação.
Quanto às cotações, a publicação revela que a saca de milho desvalorizou 12,97% entre 10 e 17 de abril, negociada ao valor médio de R$ 57,71 no fim desse intervalo de tempo.
“De acordo com as cotações disponíveis no site da Granos Corretora, as maiores desvalorizações no período, ocorreram nos municípios de Dourados, São Gabriel do Oeste e Sidrolândia, com desvalorização na ordem de 17,14%, 13,64% e 12,78%, respectivamente”, informa.
Até mesmo o preço médio de R$ 62,08 por saca representa queda de 18,73% em relação ao do mesmo período de 2022, quando era negociado por R$ 76,39.
Em nova menção à Granos Corretora, o Siga-MS diz que levantamento realizado até 3 de abril de 2023 aponta comercialização de 10,00% do milho 2º safra 2023, índice 3,2 ponto percentual abaixo do apresentado em igual período de 2022.
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