A professora Evanir Gomes, irmã da mulher assassinada em uma favela de São Vicente (SP), contou ao G1 neste sábado (1º) que Elza Gomes dos Santos, 52 anos, queria mudar-se de Campo Grande para fugir da violência. Elza, que era economista, havia sido assaltada 11 vezes na cidade e estava à procura de imóveis no litoral paulista.
Evanir contou que viu Elza pela última vez na quarta-feira (29), antes de a economista viajar com destino a São Paulo. A irmã conta que o último pedido feito a Evanir foi para que ela evitasse dirigir durante a noite. “Eu pedi porque é perigoso, e pelo jeito estava cumprindo”, contou Evanir, referindo-se ao horário em que a irmã foi morta. Sobre a possibilidade de Elza ter se perdido, a irmã diz não acreditar na hipótese. “Nós moramos cinco anos em São Paulo capital, sempre íamos para a praia e ela sabia o caminho. É muito difícil ter se perdido”, disse.
Ainda segundo a irmã, a vítima estava desesperada para deixar a cidade, mas nunca disse se tinha alguma inimigo. “A única coisa que eu espero é que sejam tomadas as providências, que haja transparência na investigação e que tenhamos um atendimento de qualidade”. Outro irmão da vítima e um primo foram a São Vicente para fazer o traslado do corpo. O enterro está previsto para segunda-feira (3) no cemitério Santo Amaro, em Campo Grande.
Caso
Elza Gomes dos Santos seguia de Campo Grande para morar no litoral de São Paulo e foi assassinada com um tiro na cabeça depois de se perder em uma região de favela na cidade de São Vicente. A vítima estava tentando chegar à praia quando foi surpreendida por criminosos. Segundo informações da Polícia Militar, a mulher tinha como destino a região da praia, mas acabou chegando à Vila Margarida por causa de uma falha no sistema de localização do carro. Ainda de acordo com a PM, os criminosos abordaram a vítima que tentou fugir, mas foi atingida por um tiro na cabeça. Elza morreu assim que chegou ao hospital.
A mulher percorreu mais de 1 mil quilômetros para chegar até o litoral de São Paulo, e estava com o carro cheio de malas, roupas e outros objetos. Ainda de acordo com informações da PM, tudo indica que os criminosos se assustaram e não tiveram tempo de levar muita coisa. No carro, ficaram objetos de valor como a máquina fotográfica. Os criminosos fugiram deixando uma bicicleta ao lado do automóvel da vítima. A polícia ainda está atrás de pistas que possam levar aos autores do crime. O corpo de Elza foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Santos.
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