Como é sabido, dia oito de março foi o dia internacional da mulher! Ah, quão importante são as mulheres nas nossas vidas! O mês de março deve ser todo dedicado a elas. Durante o ano inteiro, na verdade, deveríamos sempre lhe render homenagens, periodicamente. Mensalmente, semanalmente, diariamente... por que não? Afinal, em todos os momentos, em todos os lugares, a mulher é essência fundamental. Sem elas, tudo perde o sentido. Sem elas, tudo perde a graça, o sabor, a vida. Quando ausentes, tudo desmorona. Sem as mulheres, os homens desequilibram. Ficamos mais perdidos do que já somos. São as nossas heroínas.
"Sem a mulher não há harmonia. É ela que nos ensina a acariciar, a amar com ternura e que faz do mundo uma coisa bela, melhor. No Evangelho, ouvimos do que é capaz uma mulher. É verdade que ela deve fazer coisas e faz muitas coisas, como todos nós fazemos. Mas ela é algo mais: a mulher é a harmonia, é a poesia, é a beleza. Sem ela, o mundo não seria bonito, não seria harmônico. Isso é algo pessoal, mas gosto de pensar que Deus criou a mulher para que todos nós tivéssemos uma mãe.” {Papa Francisco}
O começo do filme da super-heroína "Mulher-Maravilha" nos mostra uma ilha só de mulheres, onde todas vivem em harmonia e paz. De fato, é uma maravilha cinematográfica. Mas bastou chegar o homem no local e o que temos na sequência? Guerra. Muitos de nós ainda confundimos o feminismo com uma espécie de "machismo invertido". Seria uma declaração de guerra entre os sexos? Creio que o verdadeiro feminismo é a luta justa pelos direitos da mulher. Feminismo não é (ou não deveria ser) revanchismo. Homem e mulher devem buscar o respeito e auxílio mútuo. Machismo é primitivismo. O homem só tem a ganhar com uma maior valorização e participação da mulher em todas as áreas. Um sociedade é verdadeiramente forte, por causa delas. Quando esquecemos da mulher, enfraquecemos. Todos perdem.
Dizem que "por trás de um grande homem, sempre existe uma grande mulher". Uma frase machista? Pode ser. Depende da interpretação. Pode estar se referindo à mulher que é mãe. Por trás dos filhos homens já crescidos, normalmente vem a boa (ou a má) educação dada pelos pais, especialmente pela mãe. "Por trás" pode significar o passado, a origem, as raízes. Não desmerecendo o pai, mas no geral, a mulher ainda é a grande protagonista na educação dos filhos, sendo muitos os casos de mães que criam seus filhos sozinhas, solteiras, sem qualquer companheiro para auxiliar. É a garra, é a superação da mulher!
Mas a frase citada poderia se referir à esposa, à companheira? Sim. Mas nesse caso, poderíamos melhor dizer que "ao lado de um grande homem, existe uma grande mulher". Ou seja, é uma parceria! Trabalho em equipe! Vivendo e aprendendo, juntos! "Na alegria, na tristeza, na saúde, na doença..." Há muitos casais que são sócios nos negócios. O lar também é uma "empresa", mas muitos estão deixando a família "falir" por falta de entendimento básico, de cooperação mínima. Portanto, nesse sentido, ninguém está "por trás" ou "pela frente". Homens e mulheres podem (e devem) estar lado a lado, dando força um para o outro e aprendendo um com o outro.
O homem tem sua função, mas só a mulher é como sal. Apesar de sua presença ser pouco lembrada, sua ausência faz todas as coisas ficarem sem sabor, sem graça. Sexo frágil? Erasmo Carlos já nos cantou que não é bem assim: "Dizem que a mulher é o sexo frágil, mas que mentira absurda. Eu que faço parte da rotina de uma delas, sei que a força está com elas (...) Mulher, mulher! Na escola em que você foi ensinada, jamais tirei um dez, sou forte mas não chego aos seus pés."
Hoje, a chamada "rainha do lar" se transformou também naquela que atua e decide na sociedade. Que bom para os homens! O "toque feminino" faz toda a diferença. Mulher é sensibilidade e força, ternura e coragem! Equilibrada e consciente, ela pode nortear a família e, ao mesmo tempo, brilhar no mundo! ,
Contudo, no contexto atual, embora a mulher seja convocada a interpretar muitos papéis, gostaria de aproveitar o espaço para destacar o papel de ilustres desconhecidas, que fazem um trabalho de extrema necessidade e importância, mas ainda bastante desvalorizado pela sociedade materialista em que vivemos, onde os títulos, o dinheiro, a beleza e a fama falam mais alto que as ações, o caráter, a humildade e o trabalho digno. A mulher que desempenha essa missão da qual pretendo aqui falar é popularmente conhecida como a "Dona de Casa". Deveria ser vista como uma "Mulher-Maravilha", mas, de tão pouco reconhecida, ficou mais para uma "Mulher-Invisível"? Vamos refletir?
Recebi uma relato de uma amiga das redes sociais, uma "história baseada em fatos reais". Conta que uma mulher chamada Ana foi renovar a sua carteira de motorista. Pediram para informar qual era a sua profissão. Ela hesitou, sem saber bem como se classificar. "O que eu pergunto é se tem um trabalho", insistiu o funcionário. "Claro que tenho um trabalho", exclamou Ana. "Sou mãe e dona de casa", disse com orgulho. "Entendo, então não tem um trabalho ou uma ocupação regular", disse o funcionário friamente.
Aquilo ficou na cabeça de Ana, até o dia em que estava numa situação idêntica. A pessoa que a atendeu era uma funcionária de carreira, segura, eficiente, ocupante de um alto cargo daquela empresa. "Qual é a sua formação?", perguntou. Ao que Ana respondeu: "Sou Doutora em Desenvolvimento Infantil e Relações Humanas."
A funcionária fez uma pausa, ficando com a caneta a apontar para o ar. Ana teve que repetir, pausadamente, enquanto ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial. "Posso perguntar", disse a profissional com novo interesse, "o que faz exatamente?" E veio a resposta: "Desenvolvo um programa a longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo experimental (normalmente ela teria dito "dentro e fora de casa"). Sou responsável por uma equipe (minha família), fazendo a direção, gestão e administração das tarefas, recursos materiais e logística. Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguma mulher discorda?), o grau de exigência é de 14 horas por dia (para não dizer 24 horas).
Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária, que acabou de preencher o formulário, se levantou e pessoalmente abriu a porta. Naquele mesmo dia, quando Ana chegou em casa, foi recebida pela sua equipe: uma menina com 13 anos, outra com 7 e outra com 3. Do andar de cima, pode ouvir o mais novo aprendiz (um bebê de seis meses), testando suas tonalidades de voz.
Ser Mulher! Que carreira gloriosa! Mãe, esposa, estudante, empresária, cozinheira, empregada doméstica, professora, babá, enfermeira, agente de segurança, conselheira, administradora, enfim, são infinitas as funções da "Dona de Casa", uma verdadeira "Mulher-Maravilha"! Não tem feriados. Não tem licença por doença. Raramente tem dia de folga. Trabalha dia e noite, faz plantão. Não recebe salário e, às vezes, ainda escuta a frase: "Ah, então você não trabalha, é só dona de casa?" Como assim "não trabalha"? Como assim "só" dona de casa? Enfim, parabéns a você, mulher, que dá sua vida pelas vidas de suas famílias!
Tenho o privilégio de estar próximo de três pequenas grandes mulheres (foto), as quais devo ser eternamente grato. Joana, minha mãe, Clarice, minha esposa, Mariana, nossa filha. Meus três anjos, meus três amores. Eu me rendo às mulheres! Elas já dominam o mundo!? Que assim seja! O mundo agradece.
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*O autor é analista judiciário e pós-graduado em direito público
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