Depois de meses esperando superlotação de hospitais por conta da covid, a fila de pacientes aguardando vaga no sistema público de saúde de Capital é de pessoas com muitas outras doenças.
Segundo a Secretaria de Saúde, hoje o sistema de regulação tem 122 pacientes de postos de saúde estão esperando vaga em hospitais. Desses o que aguardava há mais tempo estava no Cenort (Centro Ortopédico Municipal) há 9 dias, mas foi transferido para o Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) nesta manhã.
Um dos agravantes é o fechamento do Hospital Regional para cirurgias eletivas. Só Santa Casa e HU estão recebendo pacientes não-covid. O HR justifica que segue fechado porque os números da doença seguem altos.
Depois dele há um paciente na fila há oito dias, sendo avaliado no sistema como “prioridade 2”, ou seja, não se trata de um caso urgente. E a diminuição dos pacientes na regulação depende apenas da rotação dos leitos hospitalares, segundo a Sesau.
A Sesau ressalta que os pacientes aguardam pela regulação nas Upas (Unidades de Pronto Atendimento), CRSs (Centros Regionais de Saúde) e no Cenort e o encaminhamento dependem de vaga e aceite das unidades hospitalares.
Mutirão - Na manhã de hoje, a Santa Casa realizou uma força-tarefa para liberar vaga para 30 pacientes considerados mais graves, ao Campo Grande News o hospital chegou a afirmar que pelo menos 189 pacientes estariam no sistema da Sesau esperando vagas.
“Temos capacidade física com essa liberação de vagas, mas estamos com a capacidade assistencial sobrecarregada”, explicou o superintendente da gestão medico-hospitalar da Santa Casa, Luiz Alberto Kanamura.
Ele ainda disse que dos 635 pacientes que estavam internado na quarta-feira (16), quando o hospital anunciou o possível colapso, hoje seriam 575, além de 27 pacientes ortopédicos aguardando cirurgia e 15 aguardando avaliação clínica.
“O descaso vem aumentando com o tempo. É uma situação que não vem de hoje, a pandemia agravou e trouxe a tona o problema da atenção básica de saúde. São pacientes de trauma, cardíacos e outras especialidades graves que estão esperando e podem ter sequelas, inclusive correm risco de morte”, explicou.
Tempo de espera – A Sesau explicou que o tempo de espera de cada paciente varia de acordo com a prioridade e disponibilidade dos leitos nos hospitais.
Casos que são prioridade 1, ou seja, de risco iminente de morte como infarto, AVC (acidente vascular cerebral) e traumas graves são regulados com maior urgência o que pode gerar em uma espera maior do que a esperada pelo paciente.
“Durante o tempo em que o paciente permanece nessas unidades, ele tem todo o apoio necessário da equipe de saúde da unidade”, finalizou a secretaria.
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