Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos, neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, morreu no início da tarde desta sexta-feira. O Hospital Bartira, do grupo D’Or, em Santo André (Grande São Paulo), informou que a criança foi diagnosticada com meningite meningocócica e não resistiu, devido ao agravamento do quadro infeccioso. Arthur era filho Marlene Araújo Lula da Silva e Sandro Luis Lula da Silva, filho da ex-primeira-dama Marisa Letícia (que faleceu em fevereiro de 2017) e do ex-presidente Lula, preso desde abril de 2018 na carceragem da sede da Polícia Federal em Curitiba (PR).
A meningite meningocócica é uma infecção causada pela bactéria Neisseria meningitidis. Esta bactéria pode causar inflamação nas meninges, membranas que revestem o sistema nervoso central, e infecção generalizada. As meningites bacterianas são as mais graves do ponto de vista clínico. Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, o meningococo apresenta os sorotipos: A, B, C, X, Y e W135 e a transmissão é por via respiratória. É uma doença considerada rara. Os sintomas da meningite incluem febre alta e repentina; dor de cabeça intensa e contínua, vômitos, náuseas, rigidez de nuca e podem surgir pequenas manchas vermelhas na pele (se a meningite for causada pelo meningococo).
A defesa do ex-presidente pediu que a Justiça autorize a saída dele para o velório do neto. O pedido foi protocolado na 12ª Vara Criminal Federal de Curitiba. A Lei de Execução Penal, no artigo 120, prevê que presos em regime fechado, semiaberto ou provisórios podem obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, no caso de falecimento de cônjuge, companheiros, ascendentes, descendentes ou irmãos. Horas depois, o Governo do Estado do Paraná confirmou que, a pedido da Polícia Federal, irá ceder um avião para Lula possa comparecer ao velório, previsto para ocorrer neste sábado, 2 de março. O Ministério Público Federal deu parecer favorável à saída temporária de Lula.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, lamentou a morte de Arthur em seu Twittere afirmou que o partido fará de tudo para que Lula possa vê-lo. No final de janeiro deste ano, o ex-presidente Lula perdeu o irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, de 79 anos, vítima de um câncer no pulmão. A defesa pediu a liberação de Lula para o enterro, mas a juíza Carolina Lebbos, da vara de execução penal, negou. Usou como base para a sua decisão argumentos da PF e do Ministério Público, que afirmavam que não havia tempo hábil para a logística do ex-presidente. Os advogados de Lula recorreram e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Antonio Dias Toffoli, aceitou o pedido. Mas a resposta chegou no momento em que Vavá era enterrado e, por isso, Lula não foi.
A preocupação dos militantes petistas é que a Polícia Federal que deveria escoltá-lo até o velório, se autorizado, estará em recesso de Carnaval a partir desta sexta-feira. Com isso, temem que a PF possa dar a mesma justificativa de janeiro, de que não teria condições técnicas para a escolta. Segundo a colunista da Folha de S.Paulo, Monica Bergamo, o velório de Arthur Araújo Lula da Silva deve acontecer na tarde de sábado, para que dê tempo de Lula chegar de Curitiba. Arthur visitou, em duas ocasiões, o avô na prisão na capital paranaense.
A morte do neto de Lula foi lamentada por vários políticos, entre eles a ex-presidenta Dilma Rousseff e Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo que disputou a Presidência pelo PT. "Que Deus ampare a família Lula da Silva. Quanta dor! Neto do ex-presidente Lula morre de meningite meningocócica em São Paulo", escreveu Haddad. A equipe de comunicação do ex-presidente publicou fotos de Lula com Arthur para lamentar a morte.
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