DOURADOS

Núcleo técnico diz à prefeita que pandemia não desacelerou e desaconselha afrouxamento

Núcleo Técnico de Apoio ao Município de Dourados no combate ao novo coronavírus informou à prefeita ainda não ser possível apontar desaceleração da pandemia - Crédito: Hedio Fazan/Dourados News Núcleo Técnico de Apoio ao Município de Dourados no combate ao novo coronavírus informou à prefeita ainda não ser possível apontar desaceleração da pandemia - Crédito: Hedio Fazan/Dourados News

Relatório apresentado à prefeita Délia Razuk (PTB) no dia 3 de agosto pelo Núcleo Técnico de Apoio ao Município de Dourados no combate ao novo coronavírus diz ainda não ser possível apontar desaceleração da pandemia e que “a situação não é favorável para o afrouxamento não fundamentado de medidas restritivas”.

Elaborada em 31 de julho, a Nota Técnica número 10, intitulada “reabertura de escolas no contexto da Covid-19” com “posicionamento técnico sem conflito de interesses”, foi anexada à Ação Civil Pública número 0900052-57.2020.8.12.0002 na quarta-feira (5) pela procuradora-geral adjunta do município, Tayla Campos Weschenfelder.

O documento integra petição na qual são informadas as medidas adotadas pela prefeitura para acatar ordem judicial e barrar a volta às aulas presenciais em escolas particulares, bem como requereu-se o arquivamento do processo que previa multa diária de R$ 50 mil em caso de desobediência.

Ao recomendar “a suspensão do retorno das atividades de aulas presenciais nos estabelecimentos de ensino da rede pública e privada em todas as idades, incluindo universidades, creches, hoteizinhos, cursos presenciais, de idiomas, preparatórios, técnicos e profissionalizantes”, essa nota técnica apresenta detalhes sobre a pandemia que só ficam no âmbito interno da administração municipal e subsidiam tomadas de decisões da prefeita.

“Ao mesmo tempo em que se anunciam medidas de flexibilização do isolamento social, quando e de que modo retomar atividades escolares de forma presencial tem sido uma das discussões mais centrais da agenda pública no último mês. Condições admissíveis para a realização de práticas pedagógicas de forma presencial só poderão se dar mediante redução sustentada do número de casos novos da Covid-19, indicando, portanto, a redução da transmissão comunitária da doença”, ponderam os membros do Núcleo instituído pelo Decreto Nº 2.678, publicado em 22 de junho.

Eles citam que “a maior parte dos casos graves da Covid-19, que podem levar a internações ou morte, está concentrada nas faixas etárias de adultos e idosos”, mas alertam que “as crianças e adultos jovens podem também se infectar e apresentar quadros assintomáticos, leves ou mesmo grave da doença”.

Para ilustrar os riscos regionais, a nota técnica menciona que a curva da doença está ascendente em Mato Grosso do Sul, com 24.936 casos confirmados até 31 de julho.

“Em Dourados, apesar de demonstrar um perfil epidemiológico diferenciado de outros Municípios do Estado, como Campo Grande, por exemplo, a situação não é favorável para o afrouxamento não fundamentado de medidas restritivas”, pontua.

Na data usada como referência pelos membros do Núcleo Técnico, 31 de julho, o município tinha 4.291 confirmações no município, com 55 óbitos.

Eles apresentam ainda um gráfico que mostra a média móvel de 14 dias recentes “dos casos positivos de Covid-19 de moradores de Dourados, mostrando queda na média móvel”. Ponderam, contudo, tratar-se de “dados reflexivos das medidas adotadas anterior a flexibilização atual”.

Quanto às mortes de 14 dias recentes, o gráfico “demonstra uma queda na média móvel, porém, mantendo constante a taxa de mortalidade, não permitindo afirmar desaceleração da pandemia e ainda são dados reflexivos das medidas adotadas anterior a flexibilização atual”.

Conforme a mais recente atualização da pandemia em Dourados, divulgada na quinta-feira (6) pelas redes sociais atribuídas à prefeitura, os casos confirmados do novo coronavírus chegaram a 4.487, com 3.927 pacientes recuperados, 487 em isolamento domiciliar, 34 internados – 17 em enfermarias e 17 em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), e 61 óbitos.

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