fonte: douradosagora
Exploração de elementos químicos essenciais para alta tecnologia, fartos no Brasil, exige aprimoramento técnico e capacitação empresarial, segundo participantes de debate realizado ontem.
O Brasil é rico em terras-raras — elementos químicos essenciais na fabricação de eletrônicos de alta tecnologia, como tablets, smartphones e telas de LCD.
Mas participantes de audiência pública feita ontem pelo Senado advertiram que, apesar de o país possuir conhecimento tecnológico para começar extração e produção, precisa aprimorar a tecnologia e capacitar o setor empresarial.
A audiência foi promovida pela Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) e pela Subcomissão Temporária de Elaboração do Marco Regulatório da Mineração em Terras-Raras no Brasil.
Para o relator da subcomissão, Luiz Henrique (PMDB-SC), o objetivo é fazer com que o país domine todas as etapas do processo.
O Brasil não pode mais uma vez cometer o erro que cometeu nas décadas de 1930 a 1950, quando virou exportador de minérios radioativos e se negou a dominar a tecnologia nuclear.
O presidente da subcomissão, Anibal Diniz (PT-AC), disse que a intenção é concluir até 30 de agosto o relatório para o projeto de lei, tentando garantir segurança jurídica a quem decidir investir em pesquisa, extração e industrialização dos minérios estratégicos.
De acordo com os expositores, o Brasil é rico em terras-raras, mas é responsável por somente 0,28% da exploração desses minérios, enquanto a China detém 87%.
A partir de 2005, a disponibilidade de terras-raras no mundo se tornou mais crítica, devido à falta de investimento dos países e sua dependência da China.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), Alvaro Prata, os países começaram a buscar mais independência da China, o que tem diminuído os preços.
O preço aumentou muito, mas, a partir dessa preocupação de que precisamos nos envolver com a produção e com o domínio das tecnologias associadas às terras-raras, os preços já começaram a cair — disse Prata.
Segundo ele, a previsão é de que em 2015 o Brasil ainda não consiga dominar as tecnologias da cadeia produtiva.
Hoje há uma retomada grande do interesse nos elementos terras-raras e há uma série de projetos em diferentes fases em diferentes partes do mundo.
E no Brasil não é diferente. No entanto, a expectativa é de que nem todos os recursos estarão prontos para ser usados num futuro próximo — prevê.
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