Por: Sérgio Roberto Barcellos

Inúmeras manifestações ecoam pelo país. O povo acordou e foi às ruas. O movimento é legítimo, democrático e importantíssimo para os destinos da nação. Começou com a luta pela diminuição das passagens de ônibus. A partir daí, se alastrou. Além de melhores condições no transporte coletivo, pede-se o fim da corrupção, melhorias e mais investimento na saúde, educação e segurança.

Notamos que o movimento tende a ser apartidário, no momento em que cobra providências em todas as instâncias administrativas – prefeituras, governo dos estados e governo federal. Não se trata de uma manifestação de esquerda ou de direita, e sim, de uma manifestação por um Brasil melhor. Esse apartidarismo fica reforçado quando ouvimos, em coro, dos manifestantes: “Sem partido, sem partido...”.

Existe, infelizmente, um grupo de vândalos que se aproveita da aglomeração para depredar o patrimônio público, além de efetuar roubos em agências bancárias, lojas e tudo mais que encontrar pela frente. Sobre isso, louvamos o manifestante que carregava consigo um cartaz com os seguintes dizeres: “Quem vandaliza, não me representa”. Esse, com certeza, é o pensamento da maioria dos brasileiros.

A presidenta Dilma, enfim, falou em rede de televisão. Usou as melhores palavras, fazendo um pronunciamento cuidadoso e conciliador. Reconheceu válido o movimento, criticando os que dele se aproveitam para vandalizar. Depois dos bons conceitos e boas intenções evidenciadas em sua fala, Dilma terá obrigação de agir. E os manifestantes deverão encontrar lideranças com quem a gestora do país possa conversar. Cremos que nossa presidenta entendeu bem o “recado” e que, a partir dessa conversa, o Brasil possa tomar um novo rumo.

Pelo visto, o calendário de protestos se estende por tempo indeterminado. Cada estado, cada município, além dos temas globais como saúde e educação, tem suas particularidades e necessidades para cobrar. Itaporã, ao que tudo indica, se manifesta dia 28 próximo. Façamos a nossa pauta. E, de forma ordeira, vamos à rua reivindicar.

O que fica disso tudo é a força do povo brasileiro e das redes sociais. A partir de agora, qualquer vacilo dos políticos trará o povo de volta às ruas, cobrando e lutando por sua cidadania.