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Operação contra CACs apreende quase R$ 200 mil e pistola na Capital 

Arma, munição e dinheiro foram apreendidos pela Polícia Federal. - Crédito: Polícia Federal/Reprodução Arma, munição e dinheiro foram apreendidos pela Polícia Federal. - Crédito: Polícia Federal/Reprodução

A PF (Polícia Federal) apreendeu quase R$ 200 mil em dinheiro, uma pistola 9mm e munições na 2ª fase de operação que investiga o desvio de armas de possíveis Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) para facções criminosas. Além das apreensões um mandado de prisão preventiva foi expedido neste sábado, dia 03 de dezembro. As ordens judiciais foram cumpridas em Campo Grande e Medianeira, no Paraná.

Em outubro, a PF apontou um empresário ligado a um clube de tiros com sede em Campo Grande como principal suspeito de chefiar o esquema de desvio de armas.

A operação chegou ao suspeito após Narciso Chamorro ser preso com um arsenal no porta-malas de um veículo, em 4 de outubro. O clube e o empresário, Rodrigo Donovan, negam envolvimentos no caso. À época, o clube e o empresário negaram envolvimentos no caso.

Segundo o inquérito da PF ao qual o g1 teve acesso, a suspeita é de que as armas de CACs seriam desviadas para as organizações criminosas "dedicadas à prática de crimes violentos, como roubos a comércios, bancos e até tomada de cidades".

1ª fase da operação

Ao ser ouvido pela Polícia Federal, Narciso diz que a pessoa que o contratou para "guardar" o arsenal tem nome e sobrenome com as iniciais "RD". Após citar as letras, o nome de Rodrigo Donovan foi citado por Narciso no interrogatório. Para a PF, o Donovan é suspeito de integrar o esquema de desvio de armas CACs para as facções. Em contato com a defesa de Rodrigo Donovan, o advogado Augusto Fontoura disse que houve um "equívoco de interpretação do depoimento de Narciso", por parte da PF.

Conforme apurado pela PF, Narciso conseguiu obter a certidão de CAC com ajuda de Rodrigo Donovan. Além do apoio para emitir o documento, as investigações apontaram Narciso como "laranja" no esquema de desvio de armas para as organizações criminosas.

À PF, no fim do interrogatório, Narciso justifica e afirma que "RD" e Rodrigo Donovan não são as mesmas pessoas.

No entanto, conforme investigação da PF, além das iniciais dos suspeitos serem as mesmas, Rodrigo Donovan possui "longa ficha criminal". Para a apuração do caso, Rodrigo teria envolvimento com a organização criminosa "que atua em roubo/furto a banco, dentre outras atividades criminosas".

Além da suspeita de participação atuante no esquema, a Polícia Federal aponta que Rodrigo Donovan utiliza parentes como "laranjas" para compra de armas de grosso calibre. "Pelo que se desenha até o momento, a pessoa quem de fato administra [Rodrigo Donovan] e é responsável pelo comércio de armas/munições que transitam, apesar de estar usando nomes de familiares e terceiros prováveis testa de ferro", detalha o processo.

O advogado de Donovan, Augusto Fontoura, confirmou que Narciso prestou serviço para o cliente e por isso "teria citado ele como patrão". "É um equivoco de interpretação do depoimento de Narciso. Rodrigo não tem antecedente e foi absolvido em um inquérito passado. Ele não tem nenhuma condenação. Respondeu o processo, mas foi absolvido", finalizou o advogado.

Sobre a participação de familiares de Rodrigo Donovan como "laranjas", o advogado fala que a acusação não procede. "Todas as armas adquiriras por parentes de Rodrigo a estes pertencem, não possuem qualquer relação com o acusado. Por sua vez, Rodrigo trabalha na loja da família que vende armas e munições totalmente legalizadas, para pessoas físicas que possuem idoneidade e aptidão física e técnica atestada pelo Exército e Polícia Federal, órgãos estatais que fiscalizam e autorizam a compra de armamento de fogo", detalha Augusto Fontoura.

Estopim

As investigações da operação Oplá, iniciada no mês de outubro, acarretaram na prisão de Narciso Chamorro, portador de autorização de CAC (Colecionador, Atirador e Caçador), no dia 4 de outubro, em Campo Grande.

Narciso foi preso com quatro fuzis calibre 7.62, três pistolas 9 mm de fabricação americana com “kit rajada”, coletes balísticos com identificações falsas da Polícia Civil, balaclavas e várias munições.

As armas eram roubadas e estavam no porta-malas do carro que o suspeito dirigia quando foi parado pelos policiais. Para a polícia, o homem confessou que receberia R$ 2 mil para guardar e transportar os armamentos e que já era a segunda vez que fazia isso.

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