O cigarro pode ser um inimigo mais potente do que se imagina. Mais de 50 doenças são associadas ao hábito, segundo o Ministério da Saúde. Muitas delas, fatais: a cada três fumantes, dois podem morrer de doenças causadas pelo cigarro, diz uma pesquisa da Universidade Nacional da Austrália. No próximo dia 31, esse e outros assuntos sobre riscos do tabaco serão discutidos no EXTRA Debate, encontro em parceria com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Dentre as doenças associadas ao vício, as cardiovasculares — principal causa de morte no Brasil — e o câncer de pulmão são as mais comuns, diz Mauro Zamboni, pneumologista do Inca:
— A maioria das doenças relacionadas ao tabagismo causam comprometimentos severos, não só relacionados à mortalidade, mas também sequelas — explica o médico: — E não tem idade para a conta chegar. Muitos que infartam com 30, 35 anos, por exemplo, são fumantes.
Cada doença exige tratamento diferente, mas, em todas elas, parar de fumar é medida obrigatória e primordial.
— A primeira coisa para se tratar é parar de fumar o quanto antes. E, quem não fuma não deve começar, que é a principal forma de prevenir essas doenças — diz Mauro.
Embora quanto mais se fume, maiores os riscos, mesmo quem se diz fumante "ocasional", que pega no cigarro apenas em situações sociais, não está livre das consequências.
— Não existem níveis seguros de tabaco. Pessoas que fumam qualquer quantidade estão sujeitas a doenças. Diferentemente do álcool, em que beber uma taça de vinho de vez em quando é até recomendado pelos médicos, o cigarro é perigoso sempre — diz o cardiologista Marcel Coloma.
E engana-se quem pensa que usar cigarros eletrônicos ou "manipulados", em que se compra o tabaco para, depois, enrolá-lo na seda, é uma forma de amenizar os riscos à saúde:
— A folha do tabaco é tão prejudicial quanto o cigarro embalado, embora tenha menos substâncias industriais. No cigarro eletrônico, proibido no Brasil, também há substâncias cancerígenas — diz Marcel.
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