ECONOMIA

Pagamento do Auxílio Emergencial e entesouramento fazem BC pedir antecipação da produção de R$ 9 bilhões em cédulas

Segundo o BC, vem sendo observado um fenômeno de 'entesouramento' desde o início da pandemia.

Banco Central solicitou à Casa da Moeda a produção de R$ 9 bilhões em cédulas ainda em maio, para evitar a falta das notas durante o pagamento do Auxílio Emergencial. De acordo com o BC, essa cédulas já seriam impressas no decorrer deste ano, mas foram antecipadas para este mês.
 

O Brasil estaria enfrentando a ameaça de insuficiência de cédulas de dinheiro para pagar o auxílio emergencial a 60 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade pela crise do coronavírus, com os estoques atuais considerados baixos.

Segundo o BC, vem sendo observado um fenômeno de 'entesouramento' desde o início da pandemia - isto é, quando população e empresas guardam essas cédulas - o que pode gerar a falta delas em circulação.

Esse entesouramento seria consequência de três fatores: saques por pessoas e empresas para formação de reservas, diminuição do volume de compras no comércio em geral e porque parcela considerável dos valores pagos em espécie aos beneficiários do auxílio ainda não retornou ao sistema bancário.

O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou que "não vai faltar dinheiro": "o que está acontecendo é que muitas das pessoas que estão recebendo dinheiro, o papel moeda não está voltando para a economia. Estão colocando no bolso ou em casa" afirmou.

 

"Começou a haver deficiência, mas o BC vai colocar mais papel moeda no mercado, vai contratar. Muitas pessoas que sacam dinheiro, pessoas de baixa renda, colocam em casa. Em geral, não está voltando para a economia".

 

Na semana passada, o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, disse à Reuters que havia um "problema técnico com as fontes de pagamento" dos fundos, mas negou que houvesse qualquer problema com falta de moeda.

"Se, por acaso, houver falta de dinheiro, falta de notas físicas, encontraremos uma maneira de corrigir isso", disse ele na ocasião.

Pagamentos do Auxílio Emergencial

A restrição de dinheiro físico seria um dos motivos do 'travamento' dos pagamentos do Auxílio Emergencial. A Caixa Econômica Federal pagou, em abril, R$ 35,5 bilhões em Auxílio Emergencial a 50 milhões de trabalhadores. Desde o início de maio, no entanto, nenhuma nova liberação foi feita.

Até o momento, os trabalhadores que tiveram o benefício aprovado receberam apenas a primeira parcela do benefício - embora, inicialmente, o pagamento da segunda parcela estivesse previsto para ser feito entre os dias 27 e 30 de abril. Até o momento, no entanto, o calendário de pagamento desse benefício não foi sequer anunciado.

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