Pedalando 100 km diariamente, Vinícius da Silva, de 30 anos, soma mais de 200 mil km rodados e 17 países diferentes. Sem previsão de parada, o amapaense iniciou a jornada há 16 anos, quando um grave acidente, matou toda a sua família. O atleta se auto-intitula "aventureiro selvagem sem fronteiras" e não pretende parar tão cedo.
Em Campo Grande, na última sexta-feira (13), o ciclista conversou com o Portal Correio do Estado sobre sua jornada e como sobrevive ao longo de suas viagens. Sem patrocínio de ninguém, o rapaz segue o sonho, por meio de doações e ajuda de diversas corporações dos Bombeiros.
Durante as viagens, Vinícius conta que já passou fome, dormiu com animais e a bicicleta já foi trocada mais de 20 vezes. "Sobrevivo de doações. Não tenho dinheiro, mas sempre consigo o que comer e onde dormir. Algumas bicicletas quebraram, outras foram roubadas. Mas sempre consigo uma para continuar a viagem", diz. Tudo começou depois de uma tragédia que matou toda a família dele em um naufrágio no rio Naquatiara, no Amazonas, em 1999. No acidente, mais de 50 pessoas morreram e outras centenas ficaram feridas.
"Um botijão de gás explodiu na embarcação que eu viajava com minha família e somente eu sobrevivi. Fui encontrado 4 horas depois do acidente", conta.
Na época com 13 anos, Vinícius teve de se virar e começar do zero. Como forma de superar a perda e os obstáculos da vida prometeu a si mesmo visitar lugares, que jamais sonhou conhecer. "É muito difícil. Nunca tive apoio de governantes do meu estado nem do Brasil e não tenho nenhum patrocínio. Mas, sobrevivo como consigo", finaliza.
O ciclista ficou no 1º Grupamento de Bombeiros de Campo Grande até amanhã (14), quando segue para Bonito, onde pretende chegar em apenas três dias de viagem. Depois de Bonito, o atleta segue para o Rio Grande do Sul. Haja fôlego.
Vinícius pede a ajuda dos sul-mato-grossense para doações, o telefone para contato é o (067) 98910135.
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