Passar no vestibular para o curso de medicina, objetivo que tira o sono e exige dedicação intensa de muitos estudantes, foi um sonho que se realizou cedo para a paranaense Giulia Brogliatto Moreira.
Aos 15 anos, completados no dia 9 de novembro, a estudante do 1º ano do ensino médio foi uma das aprovadas para medicina no Centro Universitário Campo Real, em Guarapuava, na região central do Paraná.
O resultado do vestibular, apesar de aguardado com muita expectativa pela estudante e pela família, foi recebido com surpresa.
O vestibular de medicina foi organizado e aplicado pelo Núcleo de Concursos da Universidade Federal do Paraná (NC/UFPR). A prova foi realizada por Giulia em outubro.
Além da adolescente, outras 496 pessoas de diversas partes do Estado tentaram uma chance ao realizar a prova, que teve concorrência de 9,04 candidatos por vaga.
O resultado do vestibular foi divulgado dia 16. Foram oferecidas 55 vagas para a graduação em medicina.
Foi pela mãe, a advogada Maybi Brogliatto Moreira, que Giulia soube da aprovação.
“Quando saia qualquer coisa no edital eu já entrava correndo pra ver. Eu estava bem ansiosa. E aí ficamos o dia 16 inteiro esperando, porque a gente não sabia a hora que ia sair o resultado. E assim que saiu, minha mãe viu e me mandou”, destacou.
Giulia é bolsista da rede particular de ensino. Ela foi contemplada com o benefício quando finalizou o 9º do ensino fundamental, após participar de um processo seletivo. A bolsa é válida para todo o ensino médio.
Na pandemia, ela conta que encontrou formas próprias para continuar estudando.
“Eu tive que aprender a fazer bastante coisa sozinha. Eu sempre fui extrovertida, sentava na primeira cadeira, conversava com os professores, tirava dúvidas. Aí no ensino remoto, você fica mais distante. Foi bem difícil para eu me adaptar”.
Em nota, o Centro Universitário Campo Real informou que, pelo edital de inscrição, no momento da matrícula, o aprovado deve apresentar o comprovante do ensino médio completo.
A estudante disse que ainda não decidiu se tentará se matricular na graduação e também não sabe se poderá fazer isso, considerando a idade que tem.
A mãe dela explicou que, em pesquisas feitas após a aprovação, a família percebeu que o caso de Giulia é raro no Brasil e que a legislação ainda não é clara sobre a entrada no ensino superior de alunos que não concluíram o ensino médio.
Para além da questão jurídica, há dúvidas pessoais da família de Giulia envolvendo o futuro da aluna.
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