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Pesquisa mostra que 56% das rodovias de MS têm alguma deficiência

Pesquisa sobre as condições das rodovias do país, desenvolvida pela CNT (Confederação Nacional de Transportes) e divulgada nesta quarta-feira (4), aponta que 56,1% dos 4.413 quilômetros avaliados em Mato Grosso do Sul apresentam alguma deficiência, o que representa 2.476 quilômetros.

Somente 43,9% (1.937 km) foram classificados como ótimo ou bom, o restante da malha observada foi classificada como regular, ruim ou péssima. A pesquisa indica que no Estado, de acordo com a avaliação dos engenheiros e técnicos da CNT, seriam necessários R$ 2,14 bilhões de investimentos para a reconstrução, restauração e a manutenção dos trechos de rodovias danificadas.

Entre as rodovias que apresentaram as piores classificações estão a BR 487, que obteve avaliação péssima e regular nos 117 quilômetros observados pelos pesquisadores e a MS-134 e MS-240, que obtiveram notas que variam de regular, ruim e péssimo.

Já a BR-163, sob concessão da CCRMSVia, que implantou pedágios recentemente na rodovia, foi considerada boa nos 853 quilômetros avaliados em relação aos quesitos pavimento, sinalização e estado geral. Apenas no item geometria, que indica a presença de pista simples ou dupla, além de acostamentos e curvas perigosas, a 163 foi avaliada como regular.

Em relação ao pavimento, o estudo classificou como regular, ruim ou péssimo 49,7% da extensão avaliada no Estado, enquanto que 50,3% foram considerados ótimos ou bons. No total, 46% da extensão pesquisada apresentam a superfície do pavimento desgastada.

Quanto a sinalização, a pesquisa verificou a presença, visibilidade e a legibilidade de placas ao longo das rodovias, além da situação das faixas centrais e laterais.

O estudo apontou que há problemas em 47,7% da sinalização e em 52,3%, ela é ótima ou boa. Em 23,8% da extensão avaliada no Estado não foram localizadas placas de limite de velocidade.

Sobre a geometria das vias que passaram por avaliação, a pesquisa constatou que 82,2% não têm condições satisfatórias de geometria. Nesse item também é avaliada a presença de faixa adicional de subida, pontes e viadutos.

Apenas 17,8% tiveram classificação ótima ou boa. O estado tem 98,1% da extensão das rodovias avaliadas na pesquisa de pista simples de mão dupla. De acordo com os avaliadores, rodovias com deficiência reduzem a segurança dos motoristas, além de aumentar o custo de manutenção dos veículos e o consumo de combustível.

Em Mato Grosso do Sul, o acréscimo do custo operacional devido às condições do pavimento chega a 24,4% no transporte rodoviário, de acordo com o relatório da CNT.

Referência - A pesquisa CNT de Rodovias 2015 percorreu e avaliou mais de 100 mil quilômetros de rodovias pavimentadas por todo o país, um acréscimo de 2.288 quilômetros (2,3%) em relação à pesquisa de 2014. O estudo é uma referência para o setor de transporte, gestores e órgãos ligados ao transporte que podem identificar os aspectos e trechos mais críticos de suas regiões.

Da extensão total avaliada nessa 19ª edição, 57,3% apresentaram algum tipo de deficiência no estado geral, que inclui a avaliação conjunta do pavimento, da sinalização e da geometria da via, sendo que 6,3% estavam em péssimo estado, 16,1% ruim e 34,9% regular. Possuem condições adequadas de segurança e desempenho 42,7%, que tiveram classificação ótimo ou bom no estado geral.

Em relação ao pavimento, foram identificados 48,6% da extensão com algum tipo de deficiência. A sinalização apresenta problemas em 51,4% da extensão avaliada, e a geometria da via em 77,2%. O relatório apontou que os problemas das rodovias brasileiras tornam-se ainda mais graves com a constatação de que 86,5% dos trechos avaliados apresentam rodovias simples de mão dupla.

Em sua conclusão, a pesquisa indica a necessidade de melhorar a infraestruturas das rodovias para, além de oferecer maior segurança aos motoristas, é necessário que a logística se torne mais competitiva, uma vez que o modal rodoviário possui a maior participação na matriz de transporte de cargas, totalizando 61%.

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