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Pesquisador da UFGD faz análise sobre criminalidade e violência em Mato Grosso do Sul

Os crimes de latrocínio diminuíram de 36 em 2018 para 13 em 2021, uma redução de 65%

Foto: Divulgação/Polícia Civil Foto: Divulgação/Polícia Civil

Mato Grosso do Sul foi o estado com a 6ª menor taxa de mortes violentas intencionais no país em 2021. Os crimes de latrocínio diminuíram de 36 em 2018 para 13 em 2021, uma redução de 65%. Os registros de roubo e furto de veículos entre 2018 e 2021 também tiveram redução, de 31,2%. Mas, isso não significa que o estado esteja mais seguro para todos: a violência contra mulheres e indígenas tem aumentado nos últimos anos. É o que afirma André Luiz Faisting, professor da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Federal da Grande Dourados (FCH/UFGD), em análise sobre os dados da segurança pública em MS. A avaliação feita pelo professor foi publicada recentemente em uma edição especial do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Na avaliação de André Luiz, é importante “identificar e qualificar os públicos mais vulneráveis às mortes violentas no estado, de forma especial as mulheres e os indígenas que, em geral, são menos destacados nas análises dos indicadores de segurança pública”. Entre 2018 e 2021, foram 537 mulheres mortas em Mato Grosso do Sul, o maior índice de homicídio feminino no país. As chamadas 190 informando situações de violência doméstica subiram 161,1% nos últimos quatro anos. Entre outros dados, o pesquisador da UFGD também menciona informações do Relatório Violência contra os Povos Indígenas, produzido pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), indicando uma queda no número de assassinatos de indígenas no Brasil entre 2018 e 2019. Contudo, essa redução não ocorreu no Mato Grosso do Sul, que passou de 38 homicídios em 2018 para 40 em 2019, ano em que o estado liderou o ranking nacional com 35,4% dos homicídios de indígenas no país.

O artigo ainda aborda índices de registros de armas de fogo e de encarceramento, oferecendo um panorama geral sobre os números da segurança pública em MS. “Considerando as várias dimensões envolvidas nesses indicadores, é preciso reconhecer que, apesar da ampliação das despesas per capita com a segurança pública no estado, que passou de R$ 521,55 em 2018 para R$ 548,84 em 2021, os desafios para melhorar os indicadores pressupõem mudanças na formulação e aplicação de políticas públicas de segurança”, avalia André Luiz.

O professor finaliza o artigo abordando o fato do estado fazer fronteira com outros países, e sobre desigualdades vividas em Mato Grosso do Sul. “A questão da fronteira no estado precisa ser pensada para além dos limites geográficos que separam o Brasil de países vizinhos, mas também a partir das fronteiras internas - físicas e simbólicas - que confinam e submetem indígenas e mulheres às mais variadas formas de violência. Um problema, também, de segurança pública”, finaliza.

 

 

 

 

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