A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (2) que a diretoria executiva da companhia aprovou a revisão do plano de desinvestimento – termo técnico para a venda de ativos, projetos, negócios e propriedades de uma empresa – para o biênio 2015 e 2016.
A empresa planeja desinvestir US$ 13,7 bilhões em dois anos. A mudança é significativa em relação ao plano anterior, divulgado em fevereiro – antes da renúncia da ex-presidente Graça Foster –, que previa desinvestimentos de US$ 5 bilhões a US$ 11 bilhões entre 2014 e 2018.
As vendas de ativos estão divididos entre exploração e produção no Brasil e no exterior (30%), abastecimento (30%) e gás e energia (40%).
A petroleira enfrenta alta no endividamento e dificuldades de caixa para financiamento de seus novos projetos. O endividamento líquido da companhia saltou de um patamar de R$ 100 bilhões no início de 2012 para mais de R$ 260 bilhões no final de setembro de 2014.
"Este plano faz parte do planejamento financeiro da Companhia que visa à redução da alavancagem, preservação do caixa e concentração nos investimentos prioritários, notadamente de produção de óleo e gás no Brasil em áreas de elevada produtividade e retorno", afirmou a estatal em comunicado ao mercado.
A petroleira afirmou ainda que alterações em variáveis de mercado podem fazer com que a empresa mude a meta. "Ressaltamos que o valor aprovado de US$ 13,7 bilhões é a melhor estimativa da Petrobras. No entanto, ela é sensível a variáveis de mercado, tais como a cotação do barril de petróleo tipo Brent, taxa de câmbio, crescimento econômico brasileiro e mundial, dentre outras." Segundo a Petrobras, o valor de US$ 13,7 bilhões foi aprovado pela diretoria executiva no dia 26 de fevereiro.
Lucro em queda
De acordo com o balanço não auditado do 3º trimestre do ano passado, a Petrobras teve lucro líquido de R$ 3,087 bilhões entre julho e setembro. No acumulado nos 3 primeiros trimestres, o lucro foi de R$ 13,439 bilhões, uma queda de 22% frente ao mesmo período do ano passado. Em 2013, a empresa registrou lucro de R$ 23,57 bilhões.
A empresa destacou que qualquer operação de alienação de ativo será submetida à avaliação e aprovação das requeridas instâncias de governança da companhia, como a Diretoria
Executiva e o Conselho de Administração. A Petrobras lembrou ainda que essas operações também estarão sujeitas às aprovações dos órgãos reguladores competentes no Brasil e no exterior, quando for o caso. Auditoria contábil
A petroleira também anunciou nesta segunda que seu Conselho de Administração, em reunião realizada no dia 27 de fevereiro, aprovou a contratação da PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes (PWC) para prestação de serviços de auditoria contábil nos exercícios sociais de 2015 e 2016. A empresa de auditoria nega-se, por enquanto, a assinar as demonstrações financeiras da estatal sobre o terceiro trimestre de 2014, devido ao escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, afirma a agência Reuters.
Após a troca de presidente da companhia, a Petrobras informou que planeja divulgar o balanço anual auditado de 2014 até o fim de maio.
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