OPERAÇÃO ALÉM-MAR

PF cumpre 14 mandados no MS em operação que investiga remessa de cocaína à Europa

Helicópteros usados no esquema criminoso foram apreendidos - Crédito: Divulgação/PF Helicópteros usados no esquema criminoso foram apreendidos - Crédito: Divulgação/PF

Dos 139 mandados de busca e apreensão e 50 de prisão preventiva cumpridos em vários pontos do país na Operação Além-Mar, 11 e três, respectivamente, são realizados em Mato Grosso do Sul. A informação é da superintendência da Polícia Federal no Estado, porém, não há detalhamento de cidades.

A ação ocorre em 13 unidades da federação desde a manhã de hoje (18/8). As determinações judiciais foram expedidas pela 4ª Vara Federal – Seção Judiciária de Pernambuco. 

Além de MS, os policiais atuam ainda em AL, BA, CE, DF, GO, PA, PB, PE, PR, RN, SC e SP, como parte das investigações de esquema de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. 

A Justiça Federal determinou ainda o sequestro de sete aviões, cinco helicópteros, 42 caminhões e 35 imóveis, entre urbanos e rurais, todos ligados aos investigados e ao esquema criminoso, além do bloqueio judicial do valor de R$ 100 milhões.

O esquema

De acordo com a Polícia Federal, são quatro organizações criminosas autônomas que atuam juntas, numa espécie de consórcio do tráfico de entorpecentes destinados ao exterior, principalmente Europa, via portos do país.  

A primeira célula do grupo fica em São Paulo (SP) e recebia a cocaína através da região de fronteira com o Paraguai. O transporte era feito através de aeronaves até o Estado vizinho ao MS. Lá, a distribuição era feita via atacado aos outros grupos no Brasil e continente europeu. 

A segunda, estabelecida em Campinas (SP), atua como parceira da anterior. A organização recebe o entorpecente para distribuição interna e exportação para Cabo Verde e Europa.

Já a terceira, estabelecida em Recife, é integrada por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão cooptados, e provê a logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga até o momento de sua ocultação nos containers de portos, principalmente em Natal (RN).

Por fim, a última parte da organização criminosa, estabelecida na região do Braz, em São Paulo (SP), atua como banco paralelo, disponibilizando sua rede de contas bancárias, tendo como titulares empresas fantasma, de fachada ou em nome de “laranjas”, para movimentação de recursos de terceiros.

Operação

Ao longo das investigações a Polícia Federal realizou diversas prisões em flagrante e apreensões de drogas. Nesse contexto, o modo de operação dos grupos foi classificado em três fases. 

Primeiro é o do armazenamento da cocaína que chegava da fronteira e posteriormente o transporte do entorpecente ao embarque marítimo para depois transportar containers em navios ou veleiros. 

Durante as apurações do crime foram presas 12 pessoas e apreendidas mais de 11 toneladas de cocaína, no Brasil e na Europa, relacionados ao esquema criminoso. 

As investigações foram iniciadas no ano de 2018.

Mesmo durante a pandemia, houve apreensão entre os meses de março e julho deste ano, mais de 1,5 tonelada de cocaína.

 

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