Prestes a lançar uma inédita picape de porte semelhante à Fiat Toro, a Chevrolet teria encerrado a produção da atual Montana em São Caetano do Sul (SP). A informação foi revelada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul ao jornal Diário do Grande ABC. Aparecido Inácio da Silva, presidente da entidade, afirmou que a picape deixou de ser fabricada no final de abril conforme era previsto.
Como se soube, a General Motors fará em São Caetano uma nova picape do porte da Fiat Toro e baseada na mesma plataforma GEM que deu origem ao Onix e ao SUV Tracker. A montadora, no entanto, não deu detalhes sobre o produto nem confirmou o fim da produção da Montana durante anúncio nesta segunda-feira, 10.
O fim da Montana era aguardado há algum tempo já que o projeto está completamente desatualizado com a linha de veículos da fabricante. Sem uma sucessora, a picape compacta seguiu à venda, mas com demanda bem pequena e apenas uma versão disponível.
Na semana passada, a Chevrolet da Argentina, que importava o modelo, tirou a Montana de seu portfólio, um sinal de que o veículo estava com seus dias contados por aqui. Em abril, a GM emplacou apenas 480 unidades, contra 2.253 da Saveiro e impressionantes 12.581 unidades da líder Strada.
Novo nicho
Como a futura picape da Chevrolet irá ocupar um segmento acima no mercado e focar em clientes que buscam o conforto de um utilitário esportivo com a versatilidade de transporte graças à caçamba, a categoria de caminhonetes pequenas deve ficar ainda mais esvaziada e dominada pelo modelo da Fiat.
Após o abandono precoce da Ford com a Courier resta apenas a Saveiro, mas a própria Volkswagen olha com atenção o segmento onde a Toro sobra. A marca alemã até insinuou que iria lançar a Tarok, uma picape de porte maior que a Saveiro, mas ligeiramente menor que a Toro, mas postergou uma decisão, preferindo ampliar a linha de SUVs.
No caso da Chevrolet, a Montana nunca chegou a ter um papel de protagonismo entre as picapes compactas, preferindo focar em clientes pessoa física em vez de apostar no difícil mercado corporativo, onde a Fiat se sai muito bem. A falta de mais versões com cabine estendida e dupla e o fato de a plataforma da Montana ser bastante antiga devem ter pesado nessa decisão.
O sucesso da Strada, no entanto, faz pensar que não se trata de um segmento condenado à morte como ocorreu com outros nichos. Por isso se alguém está feliz com a notícia é a Stellantis, dona da Fiat.
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