Wesley Evangelista Lopes, de 33 anos, e Alexandre Roberto Borges, de 45 anos, piloto e copiloto de um avião que saiu de Mato Grosso do Sul com R$ 13 milhões em cocaína, nesta segunda-feira, dia 16 de dezembro, continuarão presos. A dupla foi presa no aeródromo de Penápolis, em São Paulo, após pousar em um aeroclube de Aquidauana, na região do Pantanal.
Wesley – apontado como chefe da organização de transporte aéreo de drogas – e Alexandre passaram por audiência de custódia na tarde desta terça-feira (17), transmitida por videoconferência em Araçatuba (SP). Durante a sessão, o Juiz Federal Arnaldo Dordetti Junior pontuou que a forma como o crime foi praticado revela o perigo da dupla.
O magistrado ainda argumentou sobre a prova de materialidade do crime. “Quanto a prova da materialidade do crime, há de se registrar que restaram comprovadas a localização dos tabletes, a natureza da droga, e das circunstâncias que evidenciam se tratar de tráfico interestadual, pela grande quantidade da droga e pelo meio de transporte utilizado (aeronave)”, diz trecho da decisão.
Organização criminosa
Assim, o Juiz Federal afirmou que há indícios de participação de organização criminosa internacional. Além disso, o magistrado se manifestou sobre um veículo abandonado no aeroporto onde o piloto e copiloto foram interceptados. Na ocasião, o veículo estava aguardando a chegada da aeronave.
“O que demonstra o esquema organizado de escoamento de vultosa quantidade de droga, denotando certamente a presença de organização criminosa”, argumentou o Juiz.
Portanto, o magistrado afirmou que a liberdade de Wesley e Alexandre revela grande risco à ordem pública e determinou a prisão preventiva dos dois. Além da prisão preventiva, o Juiz Federal ressaltou que é imprescindível e necessária a quebra do sigilo de dados para tentar identificar outros possíveis envolvidos na ação criminosa.
“Com relação ao acesso aos dados do aparelho de telefonia celular apreendido, verifica-se a vultosa quantia apreendida em crime cometido por meio do transporte aéreo interestadual, o que indica o envolvimento de outros agentes, sendo que o celular e demais aparelhos apreendidos certamente possuem dados de contatos possivelmente envolvidos com o transporte e a droga encontrada”, argumentou.
Wesley já havia feito outras viagens com carregamento de drogas, inclusive já teria pousado em aeroclubes de Bonito. Além do piloto, os policiais também prenderam Alexandre Roberto Borges, de 45 anos, que estava como passageiro na aeronave.
Conforme informações, Wesley seria especialista neste tipo de voo para transporte de drogas. A cocaína apreendida tinha como marca desenhos de castelos.
Avião interceptado
Informações são de que policiais militares de Aquidauana, que estavam nas ações das operações de final de ano, por volta das 7 horas da manhã de segunda (16) identificaram uma movimentação estranha de uma aeronave que voava baixo em horário incomum de voos no município, o que levantou suspeitas.
Os militares então saíram em diligências e constataram que o avião havia pousado no Aeroclube da cidade. Diante da suspeita, o 7º Batalhão de Polícia Militar de Aquidauana informou outros órgãos competentes, como a Polícia Federal.
Nisto, o avião acabou sendo interceptado em São Paulo. Assim que a aeronave pousou no aeródromo da cidade de Penápolis, os policiais detiveram o piloto e passageiro em flagrante. Os presos seriam do estado de São Paulo. A suspeita é de que o carregamento de pasta base ocorreu na Bolívia.
O motorista de um carro que daria apoio transportando a cocaína conseguiu fugir. Os agentes encaminharam o caso para a Polícia Federal.
Ainda conforme apurado pelo site Midiamax, a aeronave prefixo PT-EKC está em nome de Wesley, que já esteve na lista da Interpol. A polícia também já investigou o suspeito por tráfico internacional de drogas.
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