Caminhões que estavam parados desde a manhã de terça-feira (1º) no bloqueio da MS-156 em Dourados, a 233 km de Campo Grande, foram retirados pela Polícia Militar Rodoviária. A interdição é feita por universitários indígenas, que cobram da prefeitura a volta dos ônibus que fazem o transporte deles até as universidades no perímetro urbano.
O comando da corporação informou ao Campo Grande News que a retirada começou ontem “de forma bastante tranquila” e foi concluída na manhã de hoje (3).
De acordo com o tenente-coronel Wagner Ferreira da Silva, os dois lados da rodovia, no anel viário em Dourados e na saída de Itaporã, foram sinalizados e os policiais fazem plantão para orientar os motoristas sobre o desvio, pelo distrito de Panambi, através da MS-379.
O caminho alternativo aumenta a viagem entre Dourados e Itaporã em 60 km se for por estradas pavimentadas (MS-379 até a MS-470 e depois até a MS-156). É possível também pegar estrada de terra de Panambi em direção a Itaporã. Por esse trajeto, o percurso aumenta em 15 km. A distância entre as duas cidades pela rodovia bloqueada é de menos de 20 km.
Os manifestantes esperam iniciar hoje a negociação com a prefeita Délia Razuk (PTB). O capitão da Aldeia Jaguapiru, Isael Morales, o Neco, disse que os universitários mantêm contato com vereadores, para intermediar reunião com assessores da prefeita.
Segundo ele, uma comissão será formada para ir até a sede da prefeitura, na Avenida Coronel Ponciano. Na terça-feira, quando o protesto começou, os estudantes indígenas afirmaram que só negociariam se a prefeitura mandasse representantes ao local, o que não aconteceu até agora.
O secretário municipal de Educação Upiran Jorge Gonçalves disse na terça que o município não tem obrigação legal de transportar universitários, pois o dinheiro que vem do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) é para a educação básica.
Morte de criança – A morte de um menino de um ano e oito meses na noite de terça-feira na reserva indígena, supostamente por demora no atendimento devido ao bloqueio da rodovia, foi parar na Assembleia Legislativa, ontem de manhã.
O deputado estadual Neno Razuk (PTB), filho da prefeita Délia Razuk, disse que o bloqueio tem interesses políticos, cobrou investigação da morte e apontou os vereadores Madson Valente (DEM) e Olavo Sul (Patriota) como apoiadores do movimento. Os dois fazem oposição a Délia na Câmara. Eles negaram envolvimento no protesto e chamaram a declaração de “absurda”.
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