As forças policiais de Mato Grosso do Sul estão com manifestação programada para sexta-feira (31) como forma de sensibilizar o governo de Reinaldo Azambuja (PSDB) nas reivindicações salariais das categorias.
Em Dourados, agentes da Polícia Civil vão cruzar os braços e atender somente flagrantes, casos graves e gravíssimos — que atentem contra a vida — e cumprimento de mandados de prisão. Registros de furto, por exemplo, não serão atendidos.
Já a Polícia Militar realizará a Operação Padrão, atendendo e levando para a delegacia toda e qualquer ocorrência delituosa, sem o trabalho de resolução dos fatos no local do chamado. Segundo a ACS Dourados (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul), tal medida irá ‘travar’ o patrulhamento ostensivo nas ruas e o amontoamento de casos nos distritos policiais.
Corpo de Bombeiros também assumirá a causa e vai atender somente ocorrências graves. Nas unidades penais, agentes penitenciários também cruzarão os braços na sexta.
As categorias estão buscando sensibilizar o governo de Azambuja para as reivindicações salariais. Eles pedem o reajuste inflacionário, a incorporação do abono e querem discutir também as perdas salariais ao longo dos quatro anos passados, que giraram em torno de 20%.
O coronel da PM Alírio Villasanti, presidente da AOFMS (Associação dos Oficiais Militares Estaduais de Mato Grosso do Sul), relatou à reportagem que o diálogo com o governo tem sido um desafio. Além disso, o representante alega total falta de estrutura e pessoal suficiente para atender as demandas em segurança pública no Estado.
“Nossos policiais estão trabalhando sobrecarregados, sem perspectivas. Isso tem provocado casos de depressão, síndrome do pânico e até suicídios entre os colegas da corporação e em familiares que acabam sendo prejudicados também”, afirmou.
Tony Messias Lopes Medeiros, diretor de assuntos trabalhistas do Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis do Mato Grosso do Sul), contou ao Dourados News que, apesar de apresentar resultados bastante positivos, a categoria tem um dos piores salários do Brasil.
Uma nota divulgada no site da instituição revela que, atualmente, MS está na 20ª posição num ranking nacional. Segundo Tony, no primeiro mandato Reinaldo assinou carta de compromisso prometendo garantir o avanço salarial da categoria, porém, segundo ele, não ocorreu.
Agora, o sindicato pede que o Governo registre em lei o compromisso de melhorias. “Entendemos o estado de crise que o governador afirma estar enfrentando na economia do Estado, e até aceitamos o parcelamento desses avanços salariais, só que queremos isso em lei e não carta de compromisso”, afirmou.
Ainda segundo apurado pelo Dourados News, representantes dos sindicatos, incluindo o Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária do Estado do Mato Grosso do Sul), deverão se reunir hoje à tarde para definir e esclarecer todas as medidas que serão adotadas na sexta.
Não é descartado a possibilidade de permanência da greve, caso o governo não recue nas tratativas trabalhista com a categoria.
Na sexta-feira os agentes se reúnem em frente à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Dourados durante todo o dia de paralisação.
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