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Prefeito de Mirandópolis é multado e tem bens bloqueados após contrariar medidas contra a Covid-19

Decisão do Ministério Público de São Paulo afirmou que Everton Sodario foi ‘recalcitrante’ na condução da crise na cidade ao permitir comércio em decreto municipal

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) estipulou uma multa diária de R$ 10 mil ao prefeito de Mirandópolis, Everton Sodario (PSL-SP), por descumprir normas de isolamento social estaduais impostas para combater a propagação do novo coronavírus. Em decisão, o MP-SP afirmou que o município tem conduzido o controle da pandemia de “forma errática e periclitante” por causa da “recalcitrância” do prefeito.

Imagens de publicações feitas por Sodario nas redes sociais foram usadas como argumento para comprovar que ele estava se opondo às medidas do governo do Estado e incentivando os moradores da cidade de quase 30 mil habitantes a não cumprir as normas de isolamento. A decisão, assinada pelos promotores Willian Ortis Guimarães e Renata Andréia dos Santos, também pontuou que o gestor público não é capaz de fornecer leitos municipais de UTI, fazendo com que a cidade dependa exclusivamente de um hospital estadual com 100% das vagas ocupadas.

Nesta quarta-feira, 24, Sodario usou as redes sociais para confirmar a aplicação de multa, que, segundo ele, foi de R$ 40 mil. “Tive minha conta bloqueada, eu tinha apenas 273 reais de saldo. Não tenho bens, a não ser 1 carro financiado e a partir de agora não tenho dinheiro sequer para ir ao mercado. O Ministério Público e João Doria vão ter que fazer muito mais para me parar”, afirmou.

Segundo a decisão, este é o terceiro descumprimento de medidas coercitivas cometido pelo prefeito. O político prometeu trabalhar de graça pelos próximos meses para pagar a multa e “defender a liberdade e o direito da população trabalhar”. Segundo dados mais recentes da prefeitura, que não têm data de atualização à mostra, a cidade computou 1,2 mil casos confirmados e 24 óbitos pela Covid-19 desde o início da pandemia. O estado de São Paulo, mais populoso do Brasil, lidera o número de mortes e contaminações no país, com 68 mil e 2,3 milhões.

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