A partir deste mês, as ligações para o 188, telefone do Centro de Valorização da Vida (CVV), passaram a ser gratuitas em todos os estados do país e no Distrito Federal.
Pelo número, os cidadãos recebem apoio em momentos de crise e ajuda para prevenção ao suicídio.
Gratuidade das ligações foi garantida por convênio com o Ministério da Saúde. Foram repassados recursos de R$ 500 mil para o CVV.
A expansão da chamada sem cobrança no país vem acontecendo desde o ano passado. Os últimos estados que passaram a ter acesso ao CVV pelo número gratuito 188 foram Bahia, Maranhão, Pará e Paraná.
Em 2017, o Centro de Valorização da Vida recebeu dois milhões de ligações de cidadãos em busca de ajuda, o dobro do registrado em 2016.
Os atendimentos do CVV podem ser feitos também por e-mail, chat e voip 24 horas todos os dias e nos 87 postos de atendimento.
O CVV é uma associação civil sem fins lucrativos que trabalha com prevenção ao suicídio, por meio de 2.400 voluntários.
Os voluntários não são necessariamente formados em psicologia, mas recebem uma capacitação de 40h. As chamadas acontecem em total sigilo, em um espaço de escuta acolhedor e seguro e que alivia a ansiedade e o desespero.
A parceria com o Centro é uma das ações do Ministério da Saúde para prevenção do suicídio. "Geralmente procuram o centro pessoas em sofrimento, seja por solidão, ou porque estão em desespero, ou porque não se identificam com o meio em que vivem", explica o coordenador de Saúde Mental do Ministério, Quirino Cordeiro.
Além do CVV, as pessoas que precisam de ajuda podem recorrer aos Serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), tais como os 2.555 Centros de Atenção Psicossocial- CAPS, que atendem questões como transtornos psíquicos, dependência de álcool e outras drogas, crianças e adultos e se necessário, os pacientes são encaminhados para leitos de Saúde Mental em hospitais gerais.
Atualmente a média nacional de suicídio no Brasil, em todas as idades é de 5,5 por 100 mil habitantes. São, em média, 11 mil pessoas que tiram a vida por ano no Brasil.
Quando verificado por faixa etária, os idosos são os que mais preocupam, pois as taxas sobem para 8,9 mortes por 100 mil, nos últimos seis anos.
Envenenamento e intoxicação são os meios mais utilizados e os homens são os que mais morrem por suicídio e 60% são solteiros. A região Sul concentra 23% dos suicídios e o Sudeste 38%.
Para atingir meta da Organização Mundial da Saúde (OMS), de reduzir em 10% os óbitos por suicídio até 2020, o Ministério da Saúde lançou no ano passado uma agenda estratégica que inclui ampliação da assistência e ferramentas de comunicação.
Os seis estados com maiores taxas de suicídio no país: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Roraima, Piauí e Amazonas, receberam um incremento de R$ 2 milhões.
Também será construído, em parceria com as secretarias de saúde estaduais dessas localidades, planos locais de prevenção ao suicídio.
O Ministério da Saúde também lançou uma série de folhetos informativos sobre o suicídio. Para os jornalistas, o foco foram sugestões sobre como abordar o tema na imprensa.
Isso porque, suicídio vem sendo divulgado amplamente em diversos veículos e dependendo da forma, pode ampliar até contribuir para aumentar os casos.
Direcionado à população, a Pasta compôs um folder informativo tem foco na identificação de sinais de alerta, como o que fazer e o que não fazer diante de uma pessoa em risco de suicídio.
Os profissionais de saúde, contam com um documento que alerta a importância da notificação compulsória da tentativa de suicídio em até 24h e que traz informações técnicas sobre acolhimento na rede do SUS.
Todos os documentos estão disponíveis para download no Portal da Saúde (www.saude.gov.br).
Para a população indígena, haverá a implantação das linhas de cuidados de prevenção do suicídio com capacitações em 16 DSEI prioritários e formação de jovens indígenas multiplicadores em estratégias de valorização da vida nas regiões com maior incidência de suicídio.
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