Brasil

Prisão de Delcídio pode abrir caminho para queda de Cunha

Barbas de molho

A prisão inédita de um senador no exercício do mandato coloca o Congresso Nacional em polvorosa. As atenções se voltam, agora, principalmente, para o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também investigado por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

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Manobras

O senador Delcídio foi preso por tentar atrapalhar investigações da operação Lava Jato. Já no caso de Cunha, que tem feito todo tipo de manobra para se manter no cargo, cogita-se que a Procuradoria-Geral da República poderia solicitar ao Supremo Tribunal Federal seu afastamento da presidência da Câmara por supostas tentativas de usar seu cargo para dificultar apurações contra ele.

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Vira-vira

Deputados de oposição, que antes defendiam Cunha com todas as forças por verem nele a oportunidade de derrubar a presidente Dilma, agora também cogitam pedir ao STF o afastamento do presidente, depois dele ter agido para suspender uma sessão do Conselho de Ética que analisaria a possibilidade de abertura de um processo de cassação contra ele, cuja decisão ficou para a próxima terça.

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Nove

Dos 13 senadores que votaram pela derrubada da prisão do senador Delcídio Amaral, na concorrida sessão do Senado, ontem à tarde, nove são do PT - Ângela Portela (RR), Donizete Nogueira (TO), Gleisi Hoffmann (PR), Humberto Costa (PE), Jorge Viana (AC), José Pimentel (CE), Lindberg Farias (RJ), Paulo Rocha (PA) e Regina Sousa (PI).

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Mais quatro

O senador petista ainda contou com a solidariedade de outros quatro colegas - Fernando Collor (PTB-AL), João Alberto Souza (PMDB-MA), Roberto Rocha (PSB-MA) e Telmário Mota (PDT-RR).

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Rebeldes

Apesar de o PT ter orientado a bancada a derrubar a decisão do Supremo Tribunal Federal, dois senadores petistas votaram por manter a posição do STF – Walter Pinheiro (BA) e Paulo Paim (RS). Houve ainda uma abstenção, do senador Edson Lobão (PMDB-MA). Ao todo, 59 votos foram favoráveis a manter a prisão e houve uma abstenção.

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Mesmo barco

Fora Delcidio do Amaral, o Senado tem 12 senadores que são alvos de inquérito no Supremo por suspeita de envolvimento nos crimes investigados pela Operação Lava Jato. Desses, quatro votaram pela continuidade da prisão do petista: Benedito de Lira (PP-AL), Fernando Bezerra (PSB-PE), Valdir Raupp (PMDB-RR) e Romero Jucá (PMDB-RR). Outros quatro defenderam a revogação: Collor, Gleisi, Humberto Costa e Lindberg; e três não participaram da votação: Gladson de Lima Cameli (PP-AC), Ciro Nogueira (PP-PI) e Renan Calheiros (PMDB-AL), que não votou por estar presidindo a sessão. Um dos investigados registrou abstenção – Edison Lobão (PMDB-MA).

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Aposta

Nos bastidores, já está aberta a bolsa de apostas sobre quanto tempo Delcidio e o pecuarista Bumlai levarão para “abrir o bico”. Acredita-se que por terem nascido em ‘berço de ouro’, não suportarão por muito tempo o arrocho de uma prisão.

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Nitroglicerina

Para alguns, a nota pública do presidente do PT, Rui Falcão, negando solidariedade a Delcidio pode contribuir para que o senador de MS resolva falar um pouco do que sabe e complicar muita gente. Ainda mais considerando que Delcídio, antes de virar entrar para o PT era tucano, foi ministro de Itamar Franco e diretor da Petrobras nos tempos FHC.

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