Uma professora foi agredida por um aluno de 15 anos na manhã de ontem segunda-feira (21), dentro de um colégio estadual na cidade de Indaial (SC), a 170 quilômetros de Florianópolis. Marcia Friggi, que dá aulas de Língua Portuguesa e Literatura na Escola Prefeito Germano Brandes Júnior, publicou fotos de seu rosto ensanguentado no Facebook após as agressões e se disse "dilacerada". A delegacia de Polícia Civil da cidade confirmou o caso e informou que um boletim de ocorrência foi registrado.
Segundo Marcia, o agressor estava com o livro sobre as pernas durante a aula e, depois de um pedido dela para que o colocasse sobre a carteira, ele respondeu: "eu coloco o livro onde eu bem quiser". Ao ouvir da professora que "as coisas não são assim", o jovem teria dito "vai se f…" e, então, sido expulso da sala de aula. "Ele levantou para sair, mas no caminho jogou o livro na minha cabeça. Não me feriu, mas poderia", conta a professora.
Já na direção do colégio, segundo o relato de Marcia Friggi, ela informou o acontecido e foi acusada pelo jovem de mentir. A professora afirma que as agressões começaram quando ela tentou argumentar, dizendo que "a sala toda viu". "Não deu tempo para mais nada. Ele, um menino forte de 15 anos, começou a me agredir. Foi muito rápido, não tive tempo ou possibilidade de defesa. O último soco me jogou na parede", diz Marcia.
"Estou dilacerada por ter sido agredida fisicamente. Estou dilacera por saber que não sou a única, talvez não seja a última. Estou dilacerada por já ter sofrido agressão verbal, por ver meus colegas sofrerem. Estou dilacerada porque dilacera porque me sinto em desamparo, como estão desamparados todos os professores brasileiros. Estamos, há anos, sendo colocados em condição de desamparo pelos governos. A sociedade nos desamparou", escreveu ela na postagem, que já foi compartilhada 112.620 vezes até as 20h de ontem e teve outros 2.384 comentários de apoio à professora.
VEJA tentou contato com a Secretaria de Educação de Santa Catarina, com a Escola de Educação Básica Prefeito Germano Brandes Júnior e com a professora Marcia Friggi, mas não teve respostas até a publicação desta reportagem.
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