Imagine se a gente pudesse ter uma alternativa aos caixões. Feitos em madeira de lei, as urnas funerárias utilizadas atualmente são um desperdício de recursos naturais em um recipiente a ser consumido embaixo da terra. Não seria melhor uma opção mais ambientalmente responsável e que fizesse jus à expressão “ciclo da vida”?
Essa é a proposta do Capsula Mundi, projeto desenvolvido pelos designers italianos Anna Citelli e Raoul Bretzel, uma cápsula orgânica e biodegradável capaz de transformar um corpo em nutrientes para uma árvore. O falecido é colocado numa cápsula e enterrado. Depois, uma árvore ou semente é plantada acima da urna biodegradável para aproveitar a matéria orgânica gerada pela decomposição do organismo.
A árvore é escolhida pela pessoa ainda em vida e os familiares e amigos assumem a responsabilidade de cuidar da planta depois da partida do ente querido. Segundo os criadores, a ideia é transformar os atuais cemitérios - lugares bastante tristes e pouco frequentados - em florestas sagradas. As árvores serão os elementos a manter a memória das pessoas que se foram da existência. Uma memória viva, segundo os designers.
No entanto, há várias restrições religiosas e jurídicas. A carga biológica que adentra o subsolo poderia transformar essa floresta em área contaminada e haveria o risco de afetamento em lençóis freáticos, por exemplo. O projeto não deixa claro quem arcaria com as despesas advindas desses riscos à saúde pública, conforme questiona a colunista da revista Veja.
Com a urbanização, os cemitérios foram englobados pelas cidades. Cada vez mais, precisamos de locais para enterrar os mortos: são 55 milhões a cada ano. Uma solução são os cemitérios verticais: o maior do mundo na categoria, o Memorial Necrópole Ecumênica, fica em Santos (SP). Sua funcionalidade é a cara do mundo atual. Ou você prefere o romantismo da urna biodegradável?
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